Política

Robin Hood dos ricos: servidor roubava dinheiro dos desabrigados em Salvador

Publicado em 25/09/2015, às 12h29   David Mendes (Twitter: @__davidmendes)


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Thiago Santos Lima

O ex-gestor do Fundo Municipal de Assistência Social (FMAS) da prefeitura de Salvador, Thiago Santos Lima, foi preso nesta sexta-feira (25), acusado de desviar mais de R$ 100 mil destinados a famílias desabrigadas após as fortes chuvas que castigaram a cidade há alguns meses.

Ligado à Secretaria Municipal de Promoção Social, Esporte e Combate à Pobreza, o servidor foi exonerado do cargo em abril último, mas continuou na função, via empresa terceirizada contratada pela prefeitura. Thiago era o responsável pela inclusão dos beneficiários no sistema bancário que a pasta utiliza, fornecido pelo Banco Bradesco.

De acordo com a titular da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), Ana Carina Sampaio Guerra, responsável pelo caso, os desvios contaram com a participação de estudantes de medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Mesmo não residindo em áreas atingidas pelas chuvas, os universitários foram inscritos no programa e tiveram seus cadastros aprovados e o pagamento dos benefícios autorizados pelo órgão, o que possibilitou a realização de saques diretamente na agência, necessitando apenas a identificação.

No total, oito estudantes e uma fisioterapeuta são investigados por integrar a quadrilha que roubou dinheiros destinados a famílias soteropolitanas em vulnerabilidade social, agravadas com a perda das suas casas. Ainda conforme a delegada, o teto de repasse aos beneficiados seria de até três salários mínimos, o que corresponde a R$2.364, mas há registro de saques que chegam a R$ 13 mil.

Nesta quinta-feira (25), a Polícia Civil realizou a "Operação Chuva", quando cumpriu dez mandados, um de prisão temporária para Thiago Santos Lima e nove de prisão coercitiva para os universitários. Todos devem responder pelo crime de peculato. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

“Quando eu cheguei a Semp, diante da qualificação, mantivemos ele no setor. Para nós é uma decepção pelo fato de estar envolvido em crime para retirar dinheiro de famílias carentes”, lamentou Bruno Reis, que fez questão de ressaltar que a denúncia partiu da própria pasta. Ainda conforme Reis, a partir de novembro, os beneficiários passarão a contar com um cartão para sacar o benefício nas agências da Caixa Econômica.

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