Política

Lúcio conversa com Bocão News

Imagem Lúcio conversa com Bocão News
Após a entrevista ao Se Liga Bocão, o deputado falou sobre o papel do PMDB nos próximos 4 anos  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 24/10/2010, às 12h15   Luiz Fernando Lima


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O deputado federal eleito e presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima conversou com a reportagem do Bocão News sobre pontos que considera importante para esclarecer o papel do PMDB durante os próximos quatro anos. Na entrevista, Lúcio confirmou que Geddel Vieira Lima será candidato novamente ao Governo do Estado em 2014 e que acredita que o irmão deve fazer oposição ao atual gestor estadual reeleito Jaques (PT) Wagner tendo em vista isto. Para tanto, Lúcio considera que Geddel não deve assumir cargos públicos como ministro, mas faz questão de ressaltar que a decisão cabe a Geddel.

Confira um trecho da entrevista abaixo.

Bocão News: Existe possibilidade de o PMDB voltar a dialogar com o PT no estado? E como será em atuação da bancada baiana em Brasília?

Lúcio Vieira Lima: Veja bem, se o dialogo significa participar de governo, não. Se for conversar para tratar dos interesses da Bahia ai sim. Por exemplo, o governador vai a Brasília para conseguir recursos, emenda de bancada, o que for necessário para o estado, eu (Lúcio) estarei lá, sentado ao lado de Jaques Wagner e defendendo os interesses do nosso estado. Por que acredito que esta é a maneira de se fazer política.

BNews: Esta foi uma das campanhas mais caras. Você acredita que o excesso de investimento privados compromete a atuação política dos eleitos?

LVL: Não compromete não. Eu acho hipocrisia o que se faz. Porque se a pessoa não declara é caixa dois, se a empresa dá por dentro, de acordo com a lei, ela está corrompendo para ser beneficiada depois. Então eu quero saber como é que se faz? A única maneira que tem para acabar isso é o financiamento público de campanha. Se não vai continuar como está. Empresário não quer contribuir por dentro porque amanhã ganha uma licitação e vão dizer que foi beneficiado, por fora é caixa dois e ilegal.

BNews: O senhor é a favor da reforma política nestes termos?

LVL: Completamente, é extremamente necessária. O próximo presidente eleito, que acredito que será a Dilma, tem que chegar e cuidar disso imediatamente. Tem que partir do executivo, porque quem está lá no legislativo, foi eleito por estes termos, se foi assim logicamente é um sistema que agrada a ele.

BNews: Mas o senhor é favorável à reforma e acabou de ser eleito nestes termos?

LVL: Toda regra tem exceção. Outra coisa que deveria ser mudada. Por exemplo, João Almeida (PSDB), candidato derrotado a deputado federal, teve 80 mil votos. Ele teria muito mais representatividade que Jânio Natal (PRP) que teve 39 mil e foi eleito. Não deveria ser assim, o voto não deveria ser o proporcional. Tem que colocar os mais votados para entrar. Desse jeito você favorece os candidatos e acaba com estas coligações incoerentes que existem por ai.
Este negócio de coligar na estadual com a chapa mais forte, não coligar na federal. Coligar com um partido na proporcional, mas não apóia a chapa majoritária. Isto tem que acabar. Na reforma tem que entrar a fidelidade partidária, e tem que entrar para ser aplicada. Não se pode mais admitir que uma pessoa seja eleita por um partido e simplesmente depois dê um até logo.

BNews: Outra coisa que aconteceu nesta campanha, muitos prefeitos de legendas variadas apoiaram candidatos de outros partidos, como é que  você vê este trânsito de lideranças?

LVL: Eu acho lamentável e no caso do PMDB Bahia, nós já estamos com sete processos de expulsão, de sete prefeitos e pediremos o mandato de mais alguns. Porque assim que for chegando novas provas, qualquer filiado que se sinta incomodado com a infidelidade e que tenha como atestar que ela aconteceu, nós vamos expulsar e entrar com um processo pedindo o mandato.

BNews: Qual o papel do PMDB num eventual governo de Serra na presidência da República?

LVL: Primeiro, eu não acredito que Serra vai ganhar, tenho convicção na vitória de Dilma. Mas seria um papel natural em um país que tem uma legislação eleitoral que torna a questão partidária muito fraca. Então, Serra chegando lá vai ter que formar uma maioria congressual em nome da governabilidade. Esta maioria ele forma conversando com os diversos partidos. E eu não posso negar a você que lá congresso tenha gente do próprio PMDB que já apóia Serra. Tem vários nomes peemedebistas que apoiaram Serra nas eleições e que, certamente, serão uma ponte entre o tucano e o PMDB.

BNews: Esta pluralidade de ideias e interesses dentre do PDMB deixo o partido sem identidade, sem cara?

LVL: Isto acontece em todos os partidos. Isto é fruto da legislação eleitoral. Por isso eu defendo que todo partido deveria, no primeiro turno, apresentar candidatura independente.

Classificação Indicativa: Livre

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