Política

Líder do governo Bolsonaro na Câmara diz não vê problema na contratação de parentes

Antonio Cruz/Agência Brasil
"Só porque a pessoa é parente, então, é pior que o outro?", indagou o deputado Ricardo Barros (PP-PR)  |   Bnews - Divulgação Antonio Cruz/Agência Brasil

Publicado em 23/02/2021, às 13h06   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

O líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR) afirmou em entrevista ao Estadão que não vê problema no nepotismo, que é a contratação de familiares no setor público.

Segundo Barros, a familiaridade não pode ser um fator impeditivo para a nomeação para um cargo.

“O poder público poderia estar mais bem servido, eventualmente, com um parente qualificado do que com um não parente desqualificado [...] Só porque a pessoa é parente, então, é pior do que outro? O cara não pode ser onerado por ser parente. Se a pessoa está no cargo para o qual tem qualificação profissional, é formada e pode desempenhar bem, qual é o problema?”, questionou o parlamentar do Centrão.

Em 2008, o Supremo Tribunal Federal (STF) reforçou a posição contra o nepotismo e variantes, incluindo o chamado "nepotismo cruzado", quando dois políticos empregam os familiares um do outro.

“a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau (...), para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada (...), mediante designações recíprocas, viola a Constituição”, diz trecho da súmula 13 da Corte.

Ao longo do seu mandato como deputado federal, o agora presidente Jair Bolsonaro chegou a ter 13 parentes no seu gabinete em Brasília. Ao todo, conforme levantamento do O Globo, o clã Bolsonaro teria empregado 102 pessoas ligadas à família durante os 28 anos na Câmara.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp