Política

É preconceito reduzir funções políticas de Silva e Luna por ser militar, diz Temer

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Em 12 anos como oficial da ativa, Silva e Luna foi comandante de brigada, diretor de patrimônio, chefe do gabinete do comandante do Exército e chefe do Estado-Maior do Exército  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 23/02/2021, às 13h52   Júlia Moura, Folhapress*


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Segundo o ex-presidente Michel Temer (MDB), reduzir as habilidades políticas e administrativas de Joaquim Silva e Luna, indicado para assumir a Petrobras, por ele ser militar, é preconceito.

Em 12 anos como oficial da ativa, Silva e Luna foi comandante de brigada, diretor de patrimônio, chefe do gabinete do comandante do Exército e chefe do Estado-Maior do Exército.

"Não tenho objeção [de ter militares no governo]. Você distinguir militar de civil é preconceito, que é proibido pela Constituição. Luna é civil há muito tempo, não pode ter seus direitos políticos porque foi militar", disse Temer em evento da corretora Necton nesta terça-feira (23).

Silva e Luna foi ministro da Defesa no governo Temer. Atualmente é diretor-geral da Itaipu Binacional.

Na sexta (19), o general foi indicado por Jair Bolsonaro (sem partido) para o cargo de novo presidente da Petrobras, substituindo Roberto Castello Branco, alvo de críticas do presidente por reajustes no preço dos combustíveis.

"Silva e Luna é extremamente preparado administrativamente. Aliás, os militares em geral são muito preparados, conhecem o Brasil muito bem. Como ministro e secretário executivo [do ministério da Defesa], ele teve desempenho administrativo extraordinário. É politicamente habilidoso", disse Temer.

O ex-presidente afirmou que as pessoas vão se surpreender com a capacidade administrativa e experiência de Luna e Silva. "Ele tem condições de gerir a Petrobras."

"Como as coisas estão feitas, não vamos ficar reclamando e fazendo análises. Agora tem que resolver, já foi feito mesmo. Tem que resolver com o Luna."

Segundo Temer, a perda de R$ 102,5 bilhões no valor de mercado da Petrobras com a interferência de Bolsonaro é um abalo sísmico, que logo passará.

"Está feito e agora o ideal seria que pessoas se entendessem na Petrobras. Acho que deve se solucionar rapidamente. Assim que se solucione e pacifique, ações voltam a subir. A Petrobras tem uma credibilidade muito grande. Quanto antes resolver, melhor para o acionista, para a Petrobras e para o país."

O político também comentou os projetos que tramitam no Congresso. Segundo ele, a reforma tributária tem que ser feita como uma simplifiação de tributos e não redução de impostos, o que seria inviável no momento, com o crescimento da dívida pública devido aos gastos do governo com a pandemia.

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