Política
Publicado em 03/11/2021, às 11h42 Redação BNews
Ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Junior Bozzella (PSL-SP) fez duras críticas ao atual mandatário e disse que ele foi uma "fraude" na eleição de 2018, que conseguiu cooptar a pauta da Lava Jato.
Agora, Bozella já acena para outro candidato, este que ainda resiste com o restante de popularidade que construiu como símbolo do lavajatismo.
"Eu deixo muito claro para as pessoas: quando percebi que Bolsonaro rompeu com a pauta de combate à corrupção, rompeu com os princípios constitucionais, quando começou os ataques às instituições... todas essas questões me fizeram cair em si e ver que não era mais possível continuar apoiando alguém com o mínimo de previsibilidade, que não tem condições de gestão", destacou Bozella, que rompeu com Bolsonaro ainda em 2019, quando o presidente deixou o partido pelo qual foi eleito.
Nas suas conversas constantes com o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Bozella diz que ressalta que o herói de 2018 era para ser Moro, não Bolsonaro.
"Eu tenho conversado muito com Sérgio Moro (...) Eu sempre digo que, em 2018, o herói nacional não era o Bolsonaro, era o [ex-juiz Sergio] Moro. O Bolsonaro apenas sequestrou a pauta da Lava Jato do Moro e a usou de muleta para criar a sua popularidade", diz.
Moro já tem filiação ao Podemos marcada para o próximo dia 10, e pode ser o candidato da legenda à presidência ou ao Senado.
O seu contrato com a Alvarez & Marsal já foi encerrado e o ex-juiz está livre para selar seu futuro na política, para tentar se viabilizar como mais um dos pretensos representantes da terceira via.
O partido já previa começar os preparativos para o anúncio da filiação a partir de 1º de novembro, quando Moro já estará sem ligação com a Alvarez & Marsal.
No fim de setembro, Moro veio ao Brasil para conversas com membros do Podemos, que reafirmou o convite para a disputa presidencial.
Caso realmente aceite entrar na disputa pelo Planalto, ele teria pela frente não apenas Bolsonaro, cujo governo integrou até abril de 2020, mas também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi condenado por Moro em processos da Operação Lava Jato.
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