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"TWB foi a empresa mais desqualificada que já prestou serviço na Bahia"

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Vice-governador faz balanço da era da empresa que bateu recorde de reclamações por parte dos usuários   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 16/01/2013, às 18h46   Caroline Gois (twitter: @goiscarol)


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O vice-governador e secretário de Infraestrutura do Estado da Bahia, Otto Alencar, fez um balanço, na manhã desta quarta-feira (16), sobre a era TWB e a qualidade dos serviços prestados pela empresa. "Em cinco anos de serviço decidi fazer a revisão contratual assim qaue entrei e busquei verificar todos os itens que estavam sendo cumpridos conforme atos de concessão. Foram feitas duas auditorias e só encontramos irregularidades. Sendo assim, o Ministério Público determinou a intervenção da empresa", disse Alencar, durante entrevista concedida ao programa Balanço Geral, da Record Bahia.

Segundo o vice-governador, por obedecer a lei e para não oferecer ao concessionário condições de ir á Justiça, a intervenção foi feita. "Para se ter ideia, a TWB teria que investir R$ 27 milhões e só investiu R$ 24 mil. Isto foi identificado. Levei todo o processo e foi decidida a indisponibilidade de bens do presidente da TWB, Reinaldo Pinto", afirmou.

Em setembro do ano passado, Pinto reconheceu que a sua história com a Agerba tem semelhança com a antiga Comab. Marcado por duras críticas com relação ao mau serviço prestado aos usuários do sistema ferry boat, Reinaldo diz que “tanto lá, quanto cá existe um descumprimento, um desrespeito ao contrato”. Contrato esse, que segundo o presidente, lhe garantia a Taxa Interna de Retorno (TIR), que dá garantias ao investidor. “No edital de licitação estava prevista entre 16% e 21%. Eu propus 18,4% e me sagrei vencedor. Essa taxa tem que perdurar durante os 25 anos. O nosso espanto é que a Agerba contratou uma consultoria que disse que aquela taxa não precisava ser considerada, que durante o contrato cada governo vai atribuir quanto será destinado ao investidor. Algum investidor sério vai colocar um centavo aqui dentro deste  país, se ele não souber qual vai ser o retorno dele?”, afirmou em entrevista ao A Tarde.

Mesmo hesitando, Reinaldo Pinto dos Santos acredita que a decisão sobre a saída da TWB tem uma relação isolada com a Agerba. “Não posso afirmar isso categoricamente, mas a minha impressão é de que é algo da Agerba”, diz o presidente que não se sente ameaçado, caso precise sair da concessão do sistema ferry boat. “Se for necessário um novo sistema, nós temos que ter tranquilidade para sentar na mesa e construir um novo modelo. Nós estamos aqui para cooperar”, pontuou. Reinaldo, inclusive, diz que anteriormente tinha recebido uma proposta do governo. “Eles propuseram um aditivo contratual. Agora o Eduardo Pessoa (diretor executivo da Agerba) diz que nós não temos competência. Mas você proporia um aditivo para uma empresa que não tem competência? Não. Se é incompetente, tira fora. Só que o aditivo contratual criava condições ruinosas. Fizemos a conta com o apoio da Fipe, daria uma TIR – 14%. Como eu posso fazer isso com o meu patrimônio e o de meus sócios? E ele (Eduardo Pessoa) me diz que se eu não fizer isso, vai declarar a caducidade do contrato”, contou o presidente.

Como já era previsto, Reinaldo, que fez as contas sobre o pagamento do TIR à TWB, vai cobrar essa dívida ao governo da Bahia. “A gente fez o cálculo do valor em uma eventual saída. É um cálculo complexo, mas daria R$ 196,3 milhões, pelo último relatório apresentado pela Fipe”, afirma. Determinado, ele lembra da antiga Comab. “O povo baiano vai ter este prejuízo porque obviamente a TWB vai cobrar isso, direta ou indiretamente. De alguma forma. A Comab ganhou, se não me engano, R$ 180 milhões”, disse.

Para Otto Alencar, o principal objetivo agora é a moderrnização do serviço e reestruturação das embarcações. "O ferry-boat Pinheiro já está todo pintado, com motores novos e ar-condicionado no convés. O usuário precisa do bom atendimento. É certo que a TWB foi a empresa mais desqualificada que já prestou serviço à Bahia", disse.



Ponte Salvador-Itaparica

Também na manhã de hoje o vice-governador e o arquiteto responsável pelo projeto, Ivan Smarcevscki, aproveitaram para reforçar a implatação da ponte Salvador-Itaparica. "Levamos dois anos parta desenvolver o projeto e é algo importantíssimo para o desenvolvimento do nosso Estado", disse Smarcevscki.

R$ 7 bilhões. 11,7 km de extensão. Seis vias de circulação e duas de acostamento. 27 metros de largura. Estas são as principais características da ponte que, provavelmente, irá ligar Salvador à Ilha de Itaparica a partir de 2018.

Em setembro, durante o lançamento do projeto à imprensa, o secretário de Planejamento do Estado, Zezéu Ribeiro, abriu a ocasião apresentando o que o governo chamou de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) do Sistma Viário Oeste (SVO) - que integra a ponte Salvador-Itaparica, além da duplicação das BA's 001 e 046, nos trechos entre Bom Despacho, Nazaré e Santo Antônio de Jesus. "A ponte é o indutor de crescimento da Bahia", ressaltou Zezéu. A intenção é que a partir da duplicação das BA's seja implatada uma nova rodovia ligando os municípios de Santo Antônio de Jesus e Castro Alves e, a partir daí, a duplicação da BA 493 até o entrocamento com a BR 116. "Queremos gerar emprego, renda e mais qualidade de vida para quem mora na Ilha", afirma o secretário de planejamento.

A obra, que será viabilizada através de uma Parceria Pública e Privada (PPP), com repasses que serão distribuídos entre o governo, prefeitura e privado, teve estudos realizados por dois grupos de empresas: Planos Engenharia (Queiroz Galvão e Carlos Suarez Participações); e o consórcio constituído pelas empresas OAS, Camargo Corrêa e Odebrecht Transport, que teve o projeto escolhido. Os estudos podem ser aproveitados no desenvolvimento do projeto e custaram R$ 3 milhões.

Matéria originalmente publicada às 10h05 do dia 16/01.


Foto: Gilberto Junior // Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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