Política

Senado corta despesas, mas ainda gasta R$ 43,3 mil para abastecer casa de Renan

Imagem Senado corta despesas, mas ainda gasta R$ 43,3 mil para abastecer casa de Renan
Edital lançado em outubro autorizava gastos de R$ 98 mil para abastecer casa do presidente  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 01/11/2013, às 15h34   Redação Bocão News (twitter: @bocaonews)


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R$ 43,3 mil é o valor previsto para abastecer a residência oficial do presidente do Senando, Renan Calheiros (PMDB-AL), em um prazo de seis meses. A casa lançou novo pregão para licitar os produtos para encher a dispensa de Renan. Conforme matéria publicada pelo site Folha de S. Paulo.

De acordo com publicação da Folha, embora o Senado tenha cortado a compra de alimentos como camarão tipo "G", salmão e queijos tipo roquefort e provolone, o senador vai continuar tendo à sua disposição itens como filé-mignon, bacalhau e mais de 60 tipos de frutas e legumes.

A publicação ainda informa que, o primeiro edital lançado pelo Senado em outubro, que foi revogado há menos de um mês, autorizava gastos de R$ 98 mil para abastecer a casa de Renan. Entre as regalias, estavam diversas carnes para churrasco, salmão, camarões, frutas típicas do Nordeste e variados tipos de frios. A nova versão --mais enxuta --do edital cortou alguns supérfluos, mas nem de longe deixa a residência oficial desabastecida.

Só os gastos com filé-mignon e bacalhau somam R$ 3,2 mil no novo edital. Os peixes selecionados para a casa do presidente do Senado --filé de badejo, de linguado, dourada e pescada em postas --vão custar R$ 2,9 mil aos cofres públicos.

A Casa cortou frutas como lichia, uvas sem caroço, sapoti e nectarina importada. Mas manteve a compra de presunto, peito de peru, sorvetes de "sabores diversos", quatro tipos de queijos, kani e carnes de sol, charque, linguiça calabresa, rabada e toucinho de porco --entre outros itens.

A matéria da Folha ainda relata os cortes feitos no Senado por Renan. O primeiro edital foi lançado em outubro depois das medidas, adotadas pelo senador, para a redução de gastos na instituição. O presidente do Senado extinguiu o serviço médico da Casa, ampliou a jornada de trabalho dos servidores, cortou horas extras cumpridas após as 22 horas e reduziu os contratos terceirizados pela instituição.
Em contrapartida, manteve tradicionais regalias para os senadores, como gasto ilimitado com celular, compra de gêneros alimentícios para abastecer o "cafezinho" do plenário e frota renovada dos veículos oficiais.

O novo pregão para a residência oficial, assim como o anterior, determina a compra de produtos de limpeza, mercearia geral, enlatados, frios, açougue e frutas in natura.

Segundo o Senado, a nova licitação prevê preços menores que o edital original. A determinação da suspensão da primeira disputa de compra foi da diretoria-geral do Senado, que justificou a medida pela necessidade de impor "medidas de racionalização administrativa e reavaliação dos processos de contratação".

CAFEZINHO

Em junho, a Folha revelou que o Senado lançou edital para gastar R$ 375 mil no prazo de um ano com a compra de lanches os senadores no "cafezinho" do plenário. O edital estipulava a compra de 2.000 pacotes de biscoito, mais de 8.000 frascos de adoçantes, 4.800 quilos de presunto e queijo, 2.000 pacotes de pão de forma, além de 2.000 litros de leite, chás e sucos, entre outros itens.
Os gastos com o lanche dos senadores e seus convidados têm custo mensal previsto no edital de R$ 31,2 mil.

Sessões noturnas elevam gastos da Câmara

Depois da reportagem da Folha, o Senado revogou o edital com o argumento de que havia divergência entre o atual contrato que está em vigor e a última compra, feita no ano passado. A revogação foi publicada no Diário Oficial da União, no dia 17 de junho.

Foto: Divulgação / Alan Marques - Folhapress / Folha de S. Paulo



Matéria publicada originalmente às 19h09, em 1° de novembro de 2013

Classificação Indicativa: Livre

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