Bocão News fala com exclusividade com dono do Babesp. Veja aqui

O funcionário público Roberto Matos é o dono do Bahia Pesquisa e Estatística Ltda., o Babesp, conhecido como DataNilo. O instituto, tantas vezes colocado em xeque pela oposição, funciona de forma virtual, como saliente Matos em conversa exclusiva com o Bocão News. “É virtual porque não tenho condições de pagar aluguel”, disse.

Segundo ele, o Babesp funciona a cada dois anos – quando acontecem eleições –, durante três meses. Maior cliente do instituto, o deputado Marcelo Nilo (PDT), presidente da Assembleia Legislativa, desembolsou R$ 232 mil entre 2012 e 2014 para o Bahia Pesquisa e Estatística Ltda. Além de Nilo, o Babesp é ‘alimentado’ pelo deputado estadual Adolfo Menezes (PSD) e o federal Jutahy Jr. (PSDB).

Matos não nega que era beneficiário da bolsa de estudo da Assembleia Legislativa, como divulgou o Correio. Mas diz que soube que não vai receber mais o benefício. “Foi passado pra mim que acabou. Teve um acordo com o Ministério Público e não vou receber mais”. Entretanto, ele defende a sua inclusão no programa de bolsa. “Eu estava dentro dos critérios. Sou funcionário público e tenho um salário pequeno”.

O Babesp entrevista duas mil pessoas, em 84 municípios, em suas pesquisas ao governo do Estado e à presidência da República. O número de pesquisadores, no entanto, é acanhado. São apenas sete e “um motorista”, frisa Roberto Matos. “As pessoas se dividem nas várias regiões, mas tem um motorista que faz o deslocamento delas”, disse.

O Babesp, segundo dados disponibilizado pelo Tribunal Superior Eleitora (TSE)l, vai à campo em municípios da região oeste, como Irecê; extremo sul, como Teixeira de Freitas; sudoeste, como Vitória da Conquista; e nordeste, a exemplo dos municípios de Catu e Alagoinhas.

Apesar da sua ligação com Marcelo Nilo, já que seu irmão Lídio Matos é assessor do presidente da Assembleia Legislativa, Roberto diz que a pesquisa é idônea. “O processo é totalmente imparcial. Não teria sentido fazer pesquisa para se enganar”. E ressalta. 'Nilo não recebe percentual. Ele é o nosso maior cliente".

Publicada no dia 8 de setembro de 2014, às 11h29

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