Religião

Arquidiocese de Salvador instala processo de beatificação de Madre Vitória da Encarnação

Reprodução/Franciscanos Conventuais
Processo será instalado na próxima terça-feira (19), às 16h  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Franciscanos Conventuais

Publicado em 15/11/2019, às 13h47   Redação BNews


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A Arquidiocese de Salvador, por meio do Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, vai instalar o processo de beatificação da Madre Vitória da Encarnação na próxima terça-feira (19). O evento acontecerá às 16h, no Convento do Desterro, localizado na Rua Santa Clara do Desterro, s/n, Nazaré. Em seguida, Dom Murilo presidirá a Missa.

O frei Jociel Gomes, OFMCap, será o responsável por investigar a vida da Madre Vitória da Encarnação para verificar seu testemunho de vida e de santidade. Ao ser iniciado o processo, começará oficialmente os estudos históricos sobre a época em que a Madre Vitória viveu e a busca por documentos relativos a ela como, por exemplo, o diário do Convento, possíveis cartas ou testemunhos.

A partir deste momento, é necessária a comprovação de um milagre atribuída a intercessão do Venerável. No Mosteiro, podem ser encontrados relatos de graças alcançadas por pessoas que recorreram à Madre Vitória da Encarnação.

História

Madre Vitória da Encarnação nasceu na cidade do Salvador, então capital do Brasil colonial, em 6 de março de 1661, sendo batizada no mesmo ano na antiga Sé da Bahia. 

No ano de 1686, quando Vitória estava com 25 anos de idade, teve um sonho horrendo e, ao acordar, pensou em sua vida e tomou a firme decisão de consagrar-se totalmente a Deus e passar a vida fazendo Sua santa vontade. No dia 29 de setembro, dia de São Miguel Arcanjo, Vitória foi acolhida no noviciado das monjas clarissas do Convento do Desterro da Bahia e, juntamente com ela, foi acolhida também a sua irmã, Maria da Conceição. Recebeu neste dia o nome religioso de Vitória da Encarnação. Conforme seu desejo, fez profissão Solene em 21 de outubro de 1687, dia em que se celebrava na cidade de Salvador a festa das Onze Mil Virgens.

Viveu inteiramente dedicada aos pobres, doentes e desamparados que procuravam o mosteiro em busca de socorro. Pela sua grande caridade recebeu dos pobres o apelido de “madre esmoler”. Quando exercia o cargo de porteira, grande quantidade de pessoas dirigia-se à portaria para pedir-lhe algum auxílio. 

Atendeu a todos quantos podia e, mesmo de dentro da clausura, recomendava aos parentes que cuidassem daqueles pobres e doentes de quem vinha a saber que estavam necessitados. Doou em vida tudo o que possuía aos pobres, inclusive a cama na qual dormia, passando então a dormir no chão sobre uma esteira de palha. Por esse motivo, não morreu em sua própria cela. Quando estava prestes a falecer foi levada para a cela de outra monja, pois suas coirmãs não quiseram deixá-la morrer no chão.

Após 29 anos de clausura e de total consagração de sua vida à Cristo e ao próximo, faleceu numa sexta-feira, 19 de julho de 1715, às 15 horas, acompanhada do padre e das Irmãs que a assistiam. No momento de sua morte as religiosas disseram ter sentido uma maravilhosa fragrância de rosas a inundar as dependências do mosteiro. 

Inúmeros foram os milagres narrados pelos seus devotos logo após sua morte. Sendo crescente o número desses supostos milagres, o então Arcebispo da Bahia tratou de interrogar as religiosas do Desterro sobre a vida que teve a Madre Vitória. Em 1720, apenas cinco anos após a sua morte, Dom Sebastião Monteiro da Vide publicou em Roma a biografia da “santa da Bahia” com o título “História da Vida e Morte da Madre Soror Victória da Encarnação”. 

O zeloso Arcebispo jesuíta pretendia solicitar a abertura da sua causa de beatificação e chegou a compará-la à Santa Rosa de Lima. Porém, ele faleceu em 1722. Anos mais tarde, com a perseguição do Marquês de Pombal aos Jesuítas e a proibição de muitos dos seus escritos no Brasil, diversos livros se perderam. 

Seus restos mortais encontram-se na Igreja do Convento de Santa Clara do Desterro e estão depositados acima de uma das portas que ligam o coro de baixo à nave da Igreja. 

Classificação Indicativa: Livre

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