Saúde

Abandonada pela prefeitura, Santa Casa de Oliveira dos Campinhos pode fechar

Publicado em 22/07/2016, às 10h16 - Atualizado às 10h16   Redação BNews


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Em entrevista ao Bocão News, nesta sexta-feira (22), o presidente das Santas Casas da Bahia, Maurício Dias, chama atenção para a grave crise que a Santa Casa de Misericórdia de Oliveira dos Campinhos, no distrito de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, atravessa e pode anunciar o encerramento de suas atividades no próximo dia 30 de julho.
De acordo com o presidente, a situação é muito grave. Há defasagem da tabela de repasses do Sistema Único de Saúde (SUS), perseguição do gestor municipal, resistência para renovação de contrato, e dívidas no valor de R$ 1 milhão.
“Oficialmente, já estaríamos fechados desde maio deste ano. Funcionários e médicos em confiança ao nosso trabalho é que se mantiveram até esse mês. Tentamos impedir que isso [fechamento da unidade] aconteça, mas até agora não houve nenhuma nova ação da Secretaria de Saúde do Estado [Sesab] para firmar um contrato”, diz.
Ele também explica que não há chance de acordo com a prefeitura de Santo Amaro, gerida por Ricardo Machado (PT). “Com a prefeitura não há condições de diálogo. Se o estado não mantiver o contrato, nós de fato não vamos continuar funcionando sem expectativa de receita. A Sesab alega que não tem a quem se reportar na cidade, porque o vice-prefeito está preso, e o prefeito está fugindo”, lamenta.
Segundo Dias, a Santa Casa de Oliveira dos Campinhos recebia repasse mensal do estado, mas a situação mudou quando a prefeitura assumiu a gestão. “Em janeiro, o prefeito brigou para assumir o comando mesmo sabendo que dos R$ 720 mil, destinados para um conjunto de prestadores do SUS, reduziria para R$ 350 mil. Ele [prefeito] colocou dinheiro no Hospital Nossa Senhora da Natividade, que ele administra, e é do interesse dele”.
Enquanto isso, o hospital filantrópico segue com destino incerto. “Não temos como pagar médicos. Como pagar ninguém. Estamos com a morte já anunciada para o fim do mês”, lamenta.
Com o fechamento, mensalmente mais de 2 mil pessoas, de cerca de 20 municípios, a partir  de 1º de agosto, correm o risco de não serem mais atendidas pela unidade hospitalar.

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