Publicado em 19/08/2012, às 06h03 Alessandro Isabel (@alesandroisabel)
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A manhã de sábado foi marcado por situações distintas na saúde de Salvador. Enquanto o ministro da Saúde Alexandre Padilha participava da cerimônia de abertura da Campanha Nacional de Multivacinação, sendo reverenciado pelos secretários das pastas estadual e municipal, Jorge Solla e Tatiana Paraíso respectivamente - no 9º Centro de Saúde Sabino Silva, no bairro do Nordeste de Amaralina - as crianças que deveriam ser imunizadas no 16º Centro de Saúde Maria Conceição Santiago Imbassahy recebiam a informação: “não estamos atendendo por falta de pagamento”.
O porta-voz incumbido de passar as informações para a população explica a motivação para o ato. “Somos trabalhadores terceirizados pela Pró-Saúde. Segundo representantes da empresa a secretaria de Saúde do município não pagou para ela e por isso ela não repassou para os funcionários”, disse o homem que preferiu não ter a identidade revelada. Além de moradores de Pau Miúdo, a únidade atende a população da Cidade Nova, IAPI, Pero Vaz, Lapinha e Caixa D'Água oferecendo serviços clínicos, pediáticos e de ortopedia.
Ainda segundo o entrevistado um grupo de funcionários redigiu um documento na última quinta-feira (16) e entregaram para a direção informando que só atenderiam os casos neste final de semana de urgência e emergência.
Confira o documento:
Salvador, 16 de agosto de 2012
À Direção de Unidade de Emergência do 16º Centro de Saúde
Ilmo. Sr. Diretor
Assunto: Comunicado de atraso salarial dos funcionários do 16º Centro de Saúde
Prezado senhor diretor, queremos por meio deste informar a decisão tomada por todas as categorias presentes na unidade (agentes de portaria, agentes de recepção, técnicos de enfermagem, médicos, enfermeiros, agentes de limpeza, manutenção, serviço social, serviço de nutrição, laboratório, radiologia e administração) de manter o atendimento apenas para casos de urgência e emergência baseada na classificação de riscos realizada pela enfermagem até que seja feito acordo.
Registramos que a decisão esta apoiada pelos sindicatos a seguir: SindSaúde, Sindimed e SEEB.
Atenciosamente
Equipe de funcionários do 16º Centro de Saúde
Enquanto o problema não é solucionado pelos seus representantes, os funcionários prometem cruzar os braços na próxima segunda-feira (20). “Hoje ainda atendemos aos casos mais graves, mas na próxima semana iremos fechar as portas. Estamos há 45 dias sem receber dinheiro e não existe respeito nem responsabilidade por parte dos envolvidos”, avisa.
Todas as pessoas que chegam para receber atendimento no 16º Centro de Saúde estão sendo orientados a procurar o posto de saúde São Judar Tadeu. Na unidade, com estrutur menor, o responsável pela administração explica que o número de crianças para serem atendidas esta acima da capacidade por isso a formação de filas e demora. "Já solicitamos da secretaria do município mais funcionários para atender a demanda que cresceu muito em função da greve do 16º Centro", afirmou.
A reportagem do Bocão News tentou, sem sucesso, manter contatos com a secretaria de saúde do município e com a Pró-Saúde - Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar - quer tem sua sede no bairro da Lapa, em São Paulo.
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