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“Hotel não vive do Réveillon e Carnaval”, afirma empresário sobre ocupação hoteleira em Salvador

Vagner Souza/BNews
A taxa de ocupação para o fim de ano é de 100% e a expectativa é de mais de 90% no verão  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 28/12/2018, às 16h10   Shizue Miyazono e Henrique Brinco


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Nos últimos anos, o trade turístico de Salvador tem vivido uma grande crise. Com a baixa procura de brasileiros e estrangeiros pela capital baiana, o setor hoteleiro vem amargando prejuízos. Apesar da expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA) de 100% da taxa de ocupação para o Réveillon e de mais de 90% no verão, o sócio do Hotel Salvador Mar, Márcio Rangel, afirmou ao BNews que isso não significa que esteja tendo uma melhora no setor.

“O período do Réveillon é muito bom para a rede hoteleira, mas a questão é que Réveillon a gente é obrigado a ter 100%. Só que o hotel não vive do Réveillon e do Carnaval. Carnaval e Réveillon são sempre 100%, isso não é parâmetro pra ninguém, só que a gente com a estrutura dessa durante o ano não vive dos dois”, explicou Rangel, que tem o hotel localizado em Armação, próximo do local onde acontece o Festival
Virada Salvador, entre 28 de dezembro e 1º de janeiro, na Boca do Rio.

A Coordenadora de Grupos e Eventos do Hotel Faro Inn, Samyly Raposo, também tem se beneficiado com a mudança do local da festa de fim de ano, que era realizado no Comércio. "A gente já vendeu quase 100% dos nossos quartos para a virada. Para o Carnaval, já estou com quase 80% dos quartos vendidos também", pontuou Samyly, que destacou que o movimento no hotel só começou a melhorar agora no final do ano.

"Esse movimento melhorou de agosto pra cá, mas antes disso a gente estava com uma ocupação média de 20%, muito baixa mesmo, passamos por uma crise, inclusive, quando teve a paralisação dos caminhoneiros a gente teve uma ocupação baixíssima, não chegou a 10%", contou a coordenadora do Faro Inn, que explicou que o movimento é bom apenas no verão: "A gente vive mesmo da alta temporada, começa em setembro, outubro já aumenta e diminui depois do Carnaval, quando começa a baixa mesmo".

Ambos se queixam do fechamento do Centro de Convenções, há cinco anos, que afetou todo o trade turístico da capital baiana. Rangel conta que o Hotel Salvador Mar não tinha problema de ocupação antes, que era de 80 a 90% durante todo o anos, mas com o fechamento do equipamento Salvador vive um déficit no turismo.

"O governo fez um evento em Lisboa para falar do turismo e falou da Chapada Diamantina, de Porto Seguro, Morro de São Paulo e não falou de Salvador, imagine! Salvador era o primeiro destino turístico do Nordeste, a vida toda fomos, hoje, somos o quarto, já perdeu para Natal, Fortaleza e Recife", explicou Rangel que ainda ressaltou que divulgação e o Centro de Convenções é o que falta para melhorar o turismo na capital.

O Faro Inn não vivenciou os tempos de glória do turismo de Salvador, mas a coordenadora do hotel lembra que o antigo empreendimento, que ficava no mesmo local onde hoje funciona seu hotel, fechou as portas após o Centro de Convenções ser desativado. "O fechamento de Centro de Convenções impactou diretamente e acabaram fechando. Eles tinham uma ocupação muito alta [cokm o centro de Convenções], mas não funcionou [após o fechamento do equipamento]".

Samyly explicou que o público coorporativo também é forte no faro Inn, por se tratar de uma região muito bem centralizada, e acredita que a taxa de ocupação deve melhorar após a inauguração do novo Centro de Convenções da prefeitura, que está sendo construído na orla.

Enquanto aguardam que o equipamento fique pronto, os hoteis tentam como podem driblar a crise e continuar com as portas abertas. Rangel explicou que tem muito contato com bandas, times de futebol, e tem uma parceria com a Federação Bahiana, conseguindo hospedar todos os times do campeonato baiano da série A e B. "Com o turismo, esqueça. A gente tem 15 anos no meio hoteleiro e nunca viu um déficit como está o turismo. Hoje, Salvador não vive do turismo, turismo está muito fraco".

Já o Hotel Faro Inn trabalha com os principais sites de venda online para conseguir uma melhora na taxa de ocupação. Segundo Samyly, 80% das vendas são através dos sites, não são diretos, e 20% é do público que retorna porque gostou da qualidade do atendimento e da estrutura, com reserva direta. "A nossa estratégia tem sido mesmo de manter um baixo custo para o cliente, e mostrar o serviço do nosso hotel para fidelizar cada vez mais e trazer mesmo com a alteração de preço um pouco para mais. A gente fez um Black Friday antecipado e colocou a diária sem café da manhã por a R$ 89 durante três dias e deu super certo, a gente teve uma ocupação de quase 100%. A gente lotou o hotel com essa iniciativa".

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