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Turistas reclamam de falta de informação e assédio de ambulantes em Salvador

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Visitantes também reclamaram da falta de conservação dos casarões no Pelourinho e de lixo nas ruas  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 12/02/2019, às 18h08   Shizue Miyazono


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A capital baiana sempre foi uma das cidades mais visitadas do Brasil. Apesar dos números terem caído nos últimos anos, a prefeitura e o governo do Estado afirmam que o turismo em Salvador está se recuperando. Mas, mesmo tentando voltar a receber a quantidade de turistas do passado, a primeira capital do Brasil ainda tem problemas básicos, que acaba afetando quem visita a cidade.



Diane Alves de Paiva, do Recife, afirmou ao BNews que sempre teve muita vontade de conhecer Salvador e aproveitou as férias com uma excursão para concretizar o sonho. Apesar de ter gostado do Pelourinho, ela afirmou que esperava que as estruturas dos casarões fossem mais conservadas e explicou que mesmo sendo construções antigos dá para ser mais preservado e deu como exemplo Olinda que, segundo a turista, também tem estruturas antigas e são muito mais conservadas que as de Salvador.

Luciana Campos, da Paraíba, veio visitar o pai que mora em Salvador, e não deixou de reparar nos problemas enfrentados no dia a dia. Para ela, o trânsito na capital é muito complicado, além dos motoristas serem mal-educados. Outro ponto destacado pela paraibana é o fato de ter muito lixo jogado na rua: “a educação é fundamental”. Apesar dos problemas apontados, Luciana elogiou a beleza da cidade e destacou a “carga histórica muito grande” em cada canto da cidade.

Já o turista Jucileto Barbosa Leal, também da Paraíba, que visita Salvador com a esposa, o filho e a babá, reclamou da falta de informações precisas para os turistas, principalmente em relação aos eventos. Ele explicou que foi para o Pelourinho na terça-feira a noite na expectativa de curtir a Terça da Benção, da Banda Olodum, mas ficou desapontado porque o evento não aconteceu.

“Fiquei um pouco desapontado porque achava que a Benção do Olodum iria acontecer, como antigamente, e agora teve esse corte, não está estabelecido no calendário, achei ruim porque quando é cravado é melhor para o turista”, explicou. Ele afirmou que acabou aproveitando o show de Gerônimo, que foi muito bom, mas contou que “sempre vou em busca das coisas mais tradicionais que referenciam mais a cidade” e acabou ficando desapontado.

Outro problema destacado pelo paraibano é em relação ao assédio dos ambulantes aos turistas. Para ele, esse “ataque” é normal em algumas cidades turísticas, mas relatou que isso não acontece no sul do país, como em Gramado, por exemplo, que é turístico, mas não tem esse assédio.

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“A cidade [Gramado] é voltada para o turismo, mas não tem esse assédio da população, as coisas que existem para atrair o turista é que eles lhe pegam, não tem tanto esse assédio humano, esse pega-pega que a gente tem aqui. Por mim não tem problema, mas algumas pessoas não ficam à vontade”, afirmou o turista.

Apesar das observações, ele contou que estava gostando muito da viagem, de conhecer onde começou o Brasil, do choque de cultura e, principalmente, do povo baiano: “É diferenciado, um povo muito alegre, que realmente tem o ‘diabo no quadril’, estou achando muito interessante”.



Ao BNews, um comerciante do Pelourinho explicou que esse assédio dos ambulantes ainda é grande, mas até melhorou com o uso do colete exigido pela Prefeitura, em que tem o número da licença do trabalhador, que pode ser avaliado pelo aplicativo da gestão municipal. Para ele, um posto de informações no Pelourinho também ajudaria a melhorar a crise do turismo na capital baiana.

À reportagem, um guia turístico, que trabalha há mais de 30 anos com turismo e não quis se identificar temendo represália, explicou que Salvador precisa cuidar de alguns problemas básicos: segurança, assédio dos ambulantes, obras na alta temporada, circulação de carro nas principais ruas do Pelourinho, onde os turistas precisam se espremer nas paredes. Mas, o mais chocante é a falta de algo elementar tão elementar como banheiros públicos. “Não tem banheiro público no Pelourinho, a gente tem que ficar pedindo favor aos comerciantes. Salvador não pode continuar assim se quiser ser uma cidade turística”, concluiu o guia.

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