Devoção move fiéis à Igreja de Nossa Senhora de Aparecida no Imbuí

Foi a partir da devoção de sua avó, a senhora Ana Rosa, que a professora Rosimeire Dias, moradora do bairro da Federação, em Salvador, iniciou sua aproximação à Nossa Senhora da Aparecida, padroeira do Brasil. A educadora, muito concentrada, acendeu suas velas em um local reservado para os devotos, ao lado da igreja da Paróquia que leva o nome da santa, no bairro Imbuí.

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“Sempre faço meus pedidos com muita fé. Minha avó me colocou nesse costume e essa tradição eu sempre cumpro”, informou ao lembrar que a matriarca da sua família, que morreu com 100 anos, era muito católica.

Rosimeire e centenas de fieis movimentaram durante o feriado desta segunda-feira (12), a igreja, cuja sacada foi feita em formato semelhante ao triangular, remetendo ao modelo da imagem de Aparecida, pintada nos ladrilhos frontais.

A santa foi encontrada por três pescadores que não conseguiam encontrar peixes, no ano de 1717, a imagem da Imaculada Conceição escurecida pelo lodo do rio onde foi encontrada mexeu com a fé da comunidade da vila de Santo Antônio de Guaratinguetá, em São Paulo, e, ao passar dos anos, de todo o Brasil.

Quem também acendeu a sua vela à Senhora Aparecida foi a assistente administrativa Marile Chahude. Após sua filha, Jamile, aos três anos, ter sido desenganada pelos médicos por causa de uma bactéria no pulmão, a moradora do mesmo bairro da Paróquia recorreu à fé para pedir interseção. Marile atribui o deu pedido a Nossa Senhora de Aparecida pela recuperação da filha. “Eu tive muita fé e agradeço até hoje. Venho todos os anos e sempre aqui no Imbuí”, disse.

Jamile, a filha de Marile, a acompanhava na missa. “Ela sempre vem comigo e segue com a tradição”, contou.

A manhã contou com uma alvorada às 5h e mais duas missas às 6h e às 9h. De tarde aconteceram mais duas celebrações às 12h e às 15h. Essa última precedeu a procissão, iniciada por volta das 16h30, quando os fieis com ramos de flores acompanhavam o andor pela praça principal do Imbuí, ao som dos foguetes que saudavam o evento e cânticos religiosos. Ainda na noite, o bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador, Dom Estevam dos Santos Silva Filho, preside a Missa Solene.

Feriado

A instituição do feriado ocorreu em junho de 1980, através da lei n. 6.802 pelo presidente João Figueiredo. Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi proclamada Rainha do Brasil e sua Padroeira Principal em 16 de julho de 1930, por decreto do papa Pio XI e do presidente Getúlio Vargas. A imagem já havia sido coroada anteriormente, em nome do papa Pio X, por decreto da Santa Sé, em 1904.

Crise?

Dia de devoção, mas também de renda. Na duas entradas principais da igreja haviam quatro barraquinhas com a venda de, predominantemente, imagens, fitinhas e velas. Em uma delas estava Vera Lúcia Santos, moradora do bairro da Sussuarana. Montou seu comércio desde as 05h30 e, quando indagada, reclamou. “Esse ano, meu filho, eu achei fraco. Eu acho que deve ter sido a crise”, disse.

Apesar de reclamar, em pouco mais de cinco minutos do início da conversa, quatro pessoas chegaram para fazer suas compras. “Olha, movimento é bom, mas as venda é de miudeza e a gente vai se virando”, contou ela que tem o costume de toda segunda-feira vender velas na frente da igreja de São Lázaro, na Federação. “Onde tem festa de padroeiro aqui em Salvador eu vou com a minha banquinha”, completou.

O item mais vendido, segundo a comerciante, é a vela. Muitos fiéis, como Rosimeire e Marile, acendiam a sua com um pedido e um agradecimento. Uma graça vivida ou alguma alcançada: a fé em Nossa Senhora de Aparecida.