"Perdi tudo", desabafa proprietária de uma das lojas atingidas por incêndio na Baixa dos Sapateiros

Seis estabelecimentos comerciais foram atingidos pelo incêndio na noite de segunda-feira (3), na Avenida José Joaquim Seabra, na Baixa dos Sapateiros, em Salvador. O fogo começou em uma serralheria e se alastrou para os imóveis vizinhos.

Na manhã desta terça (4), o Corpo de Bombeiros continua na busca pelo idoso José Hunaldo Moura de Carvalho, de 85 anos, dono da serralheria, onde teria iniciado o incêndio. Segundo relato de testemunhas, o idoso estava dentro do imóvel quando as chamas começaram.

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Silvanice Souza, proprietária da Belíssima Confecções, uma das lojas atingidas pelo fogo, contou que as chamas destruíram todas as mercadorias que estavam no local. 

"Eu estava em casa e aí uma cliente me ligou dizendo que uma loja estava pegando fogo na Baixa dos Sapateiros. Confesso que na hora eu nem acreditei, mas ainda assim eu decidi vir e quando cheguei aqui, me deparei com essa situação. Não deu para salvar nada. É muito desesperador. Eu tinha $ 3.900 guardado na gaveta do caixa que era para pagar algumas mercadorias”, desabafou a comerciante que trabalha há 14 anos na Baixa dos Sapateiros.

Ao BNews, ela ainda contou que estava prestes a fechar a loja para ir embora para o interior da Bahia. “Eu viajei no último fim de semana para visitar a minha mãe que estava internada e chegando lá ela me pediu para ir embora para cuidar dela. Aí eu voltei de lá no propósito de organizar as coisas para ir embora. Cheguei até a tirar fotos das mercadorias para colocar no OLX, mas não deu tempo”, disse a comerciante que estima o prejuízo em R$ 100 mil.

Além da Serralheria Carvalho e a Belíssima Confecções, o incêndio atingiu as lojas: Ítalo Confecções, Vitrine Joias, Betel Confecções e Zeca Pimenteira Flores e Plantas.

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Para Ruy Barbosa, presidente da Associação dos Lojistas da Baixa dos Sapateiros e Barroquinha (Albasa), o acidente aconteceu em um período em que o local passa por momentos difíceis. 

“É uma perda muito grande para a Baixa dos Sapateiros, ainda mais agora nesse momento bastante difícil que estamos vivendo. É falta de transporte público, uma série de problemas que tem dificultado e para completar vem esse problema para se agravar ainda mais, porque tudo isso traz um transtorno”, ressaltou. 

Demolições

De acordo com o diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Sóstenes Macedo, os estabelecimentos atingidos pelas chamas não são tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e que o órgão avalia a necessidade de demolição total dos imóveis. 

"Já foi identificado que na parte interna vimos a demolição e a parte externa vamos avaliar após o trabalho de combate ao incêndio e a busca da possível vítima. Feito isso, será possível avaliar e saber de forma finalística o que vamos proceder, se pela demolição total do imóvel ou pelas partes soltas internas que foram atingidas pelo fogo", disse.

Em relação a liberação da via para veículos, o diretor explicou que ainda não há previsão, tendo em vista os riscos de desabamento dos estabelecimentos. "Em conversa com Fabrizzio Muller [superintendente da Transalvador], pedi que libere pelo menos meia faixa da pista, até porque é uma área de grande circulação de pedestres e veículos, mas isso só vai acontecer quando efetivamente a nossa equipe se sentir segura para fazer a liberação, afastando o risco de possível queda dessa edificação, sem oferecer riscos à população, finalizou.