Salvador

Operadores do Stec ameaçam paralisar atividades; entidades apontam "boato"

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Motoristas e cobradores de micro-ônibus reivindicam direitos trabalhistas  |   Bnews - Divulgação Divulgação/PMS

Publicado em 03/05/2019, às 11h30   Vinícius Ribeiro


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Em meio ao estado de greve deflagrado pelos rodoviários do sistema regular de transporte público de Salvador, motoristas e cobradores do Subsistema de Transporte Especial Complementar (Stec) também ameaçam paralisar as atividades. Em contato com o BNews, diversos operadores afirmaram que vão cruzar os braços na próxima segunda-feira (6).

De acordo com a lista de exigências, os motoristas e cobradores do serviço complementar querem aumento de salário; plano de saúde; pagamento de hora extra; aumento do valor de lanche/refeição; cumprimento das leis trabalhistas; redução da jornada de trabalho de 13x1 para 6x1; cartão gratuidade individual para cada operador e trabalhos com carteira assinada com impostos recolhidos.

Segundo uma cobradora do Stec, em anonimato por medo de represálias, na segunda-feira (6) os micro-ônibus não sairão da garagem (G1) da Cooperativa dos Permissionários do Subsistema de Transporte Especial Complementar de Salvador (Coopstecs), localizada na Avenida Gal Costa. Os trabalhadores pretendem se concentrar no local, a partir de 4h, até que a lista de reivindicações seja atendida. 

"No domingo, a gente pega 4 horas da manhã e larga 11 da noite, para o cobrador ganhar R$ 100 e o motorista R$ 130. Eles estão fazendo ameaças, querem saber quem é o cabeça (da manifestação), e não tem cabeça, somos todos nós (reivindicando)", disse a porta-voz ao BNews.

Conforme a operadora, o calculo do reajuste salarial ainda está sendo contabilizado. Atualmente, segundo ela, motoristas e cobradores recebem, respectivamente, diária de R$ 40 e R$ 30.

ATO DESACREDITADO

A informação de greve no Stec é negada por representantes de entidades ligadas ao transporte municipal e usuários do serviço.  Para o permissionário Gesimiel Oliveira, representante da Coopstecs, a suposta paralisação pode ter relação com a campanha salarial do Sindicato dos Rodoviários, que, segundo ele, seria responsável também pelo Stec. "Como o Sindicato dos Rodoviários pretende fazer uma greve, e a gente sempre fura a greve deles, eles já colocaram essa informação, mas por parte da gente não temos ciência de nada", declarou, classificando a possibilidade de paralisação como "um boato".

Apesar de afirmar desconhecer a veracidade da paralisação, Gesimiel admitiu que "as reivindicações são justas, mas impossíveis de serem atendidas".

Procurada, a direção do Sindicato dos Rodoviários negou envolvimento com os operadores do Stec, conforme sugeriu o permissionário, atribuindo a suposta organização aos operadores. "Não estamos mobilizando nenhum tipo de paralisação do sistema complementar, só se partiu dos próprios trabalhadores esta iniciativa. Não tem nenhuma relação com o nosso sindicato esse possível boato", afirmou Tiago Ferreira, diretor do Sindicato dos Rodoviários.

O presidente da Associação em Defesa dos Usuários dos Transportes Públicos (ADUTP-BA), José Batista Lima, o “Sangue Novo”, também disse desconhecer a mobilização. "Essa informação de paralisação é uma fake news”, considerou. Questionado sobre o efeito para os usuários, diante mesmo da hipótese de paralisação, Sangue Novo disse ser "preocupante, porque a comunidade que depende deste serviço, mesmo sem integração, vai ficar sem transporte".

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