Diretoria do Colégio Vieira pune alunos com o fim da tradicional gincana; escola alega confusões no ano passado

O fim da gincana dos alunos e ex-alunos do Colégio Antônio Vieira, localizado no bairro do Garcia, em Salvador, tem provocado manifestações nas redes sociais contrárias a posição da diretoria da unidade escolar.

Inconformados, antigos participantes começaram a publicar fotos em seus perfis relembrando antigas edições como tentativa de pressionar a equipe gestora de liberarem o evento neste ano. Inclusive um ato, nas dependências da escola, chegou a ser realizado com cartazes e camisas de antigas equipes de diferentes edições.

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“O colégio nunca gostou da gincana, mas ano passado tiveram problemas em relação a ex-alunos e pais se intrometendo na gincana (o que acontece em todos os colégios de salvador)! Tiveram confusões de adolescentes, mas nada que é fora do padrão ou justificativa para acabar com a gincana!”, informa um texto da campanha, encaminhado via whatsapp, cuja redação do BNews teve acesso, que pede o retorno do movimento.

A gincana do Vieira foi iniciada em 2003 com o objetivo de integração e participação educativa no âmbito escolar.

Os pais alegam que a diretoria não contou aos alunos, no início do ano letivo, que não haveria a famosa gincana e a colocou no Calendário Escolar, o que gerou expectativa da sua realização.

Com a proximidade da data do evento, a coordenação, quando pressionada, informou a não realização e não teria apresentado justificas plausíveis para tal.

Na terça-feira (3), alunos e ex-alunos, após iniciarem a campanha digital e reafirmarem a importância do evento, foram comunicados oficialmente da decisão. Em comunicado publicado em suas redes sociais, o colégio Antônio Vieira alega que fatos ocorridos na edição de 2019 resultaram no cancelamento do evento.

Em e-mail oficial enviado aos pais e responsáveis, cujo BNews teve acesso, o colégio elencou os seguintes motivos para a suspensão do encontro:

- rivalidade excessiva entre os participantes, como por exemplo: xingamentos e queima de camisas das equipes adversárias, com repercussão nas redes sociais;

- denúncias de consumo de álcool por alunos e ex-alunos nos locais de ensaio das dancinhas;

- participantes apresentaram direção perigosa no trânsito, com relato de colisão de veículos e reações agressivas;

- presença significativa de mães e ex-alunos, assumindo tarefas que deveriam ser realizadas pelos próprios alunos;

- desrespeito de pais e ex-alunos aos colaboradores que estavam controlando a capacidade máxima do colégio e do ginásio;

- a obstrução da principal via de trânsito do colégio por um grupo de ex-alunos, impedindo a saída de todos os participantes no final do evento. 

Ainda no e-mail, assinado pelo Conselho Diretivo do Colégio, é informado que gincana não está cancelada, mas suspensa e será readequada “à proposta educativa do Vieira”.

A mesma posição do e-mail foi reforçada pelo diretoria acadêmica da unidade, Ana Paula Marques. "O Colégio Antônio Vieira entende o valor recreativo e formativo da gincana estudantil e está reestruturando essa atividade para repensar o seu formato a fim de que atenda aos princípios educativos da instituição. Para isso, suspendemos temporamente a atividade e estamos em diálogo aberto entre educadores, famílias e também com os alunos para definir o novo modelo. Não se trata de um cancelamento em definitivo, o que comunicamos é que estamos suspendendo temporariamente para redefinir o formato", afirmou.