Salvador

Salvador registra em média 52 notificações diárias por dengue, zika e chikungunya

Agência Brasil
Cidade teve aumento de 318% nos casos de arboviroses entre 5 de janeiro e 18 de abril  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 21/04/2020, às 13h01   Yasmin Garrido


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Muito se tem ouvido que Fulano está com dengue ou que Beltrano pegou chikungunya. Mesmo diante da pandemia do novo coronavírus, as arboviroses são uma preocupação recorrente em Salvador.

De acordo com dados cedidos ao BNews pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), entre 5 de janeiro e 18 de abril foram registrados 5.272 casos de dengue, zika e chikungunya na capital baiana, um aumento de 318% em relação ao mesmo período do ano passado, com uma média diária de 52 notificações.

A variação mais expressiva, no entanto, se deu com a chikungunya, que cresceu 679% no período. Entre os distritos sanitários onde o aumento foi mais acentuado estão o Centro Histórico, que em 2019 teve apenas 2 ocorrências e agora já alcançou 126 registros, alta de 6.200%, além de Cajazeiras (2.000%), Liberdade (1.608%), Subúrbio Ferroviário (1.386%) e Rio Vermelho (1.341).

Moradora do Rio Vermelho, Naiara Marques, 58 anos, vive preocupada com o surto das doenças na região. Há uma semana, o pai dela, que já tem 92 anos, começou a sentir mal estar, com dores fortes nas articulações, e foi diagnosticado com chikungunya.

“Ele amanheceu com o corpo cheio de manchas vermelhas, com as articulações doloridas e inchadas, principalmente cotovelo e pés. Ele não conseguiu nem sair da cama. Como eu soube de outros casos da doença aqui no bairro, eu chamei o médico da família, que deu o diagnóstico”, contou.

No entanto, o filho e o irmão de Naiara, que moram também no Rio Vermelho, foram vítimas do Aedes Aegypti e contraíram a chikungunya. “Aqui em casal, sempre que o pessoal da Prefeitura vem colocar venenos nos ralos e em outras partes da casa, sempre me elogiam, porque, apesar de eu ter muita planta, não há focos do mosquito”, disse.

O medo de Naiara é o mesmo de outros moradores da capital baiana. Os profissionais da Saúde consideram que 2020 é o ano epidêmico da chikungunya, quando a doença volta a ter um aumento considerável após um período de estabilidade. O último surto aconteceu em 2015.

Mas, em meio à quarentena e ao isolamento social, a dúvida da população é como esse prevenção e os cuidados com os mosquitos devem acontecer. De acordo com a SMS, para evitar o contato dos agentes com os moradores, não há entrada nos domicílios, mas, sim, um trabalho no entorno das residências.

“Nesse período de quarentena, os agentes não estão entrando nos domicílios, mas fazendo o trabalho no entorno e, ao abordar os moradores, fazem também uma ação educativa”, explicou Isolina Miguez, subgerente de arboviroses do Centro de Controle de Zoonoses de Salvador, órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde.

No caso das notificações por dengue, a SMS afirmou que recebeu entre 5 de janeiro e 18 de abril 3.201 ocorrências ligadas à doença, um aumento de 228% em relação ao mesmo período de 2019, quando foram 975 casos registrados. Já os números da zika são menores, com 295 ocorrências e uma variação positiva de 400% em comparação ao ano passado.

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