Salvador

“Não havia aviso de mau tempo”, diz engenheiro naval responsável por vistoria da Cavalo Marinho I

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Segundo o capitão tenente e engenheiro naval da Reserva, Vanderlei Bernardo, um dos fatores que contribuiu para o acidente foi a falta de aviso de mau tempo da Marinha   |   Bnews - Divulgação BNews

Publicado em 04/09/2020, às 12h31   Nilson Marinho e Samuel Barbosa


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Os representantes do corpo técnico e jurídico de defesa da CL Empreendimentos, dona da lancha Cavalo Marinho I, que naufragou na Bahia de Todos-os-Santos, em agosto de 2017, falaram pela primeira vez nesta sexta-feira (4) sobre o acidente na manhã desta sexta-feira (4), após o Tribunal Marítimo responsabilizar no mês passado três pessoas pela tragédia.

Segundo o capitão tenente e engenheiro naval da Reserva, Vanderlei Bernardo, um dos fatores que contribuiu para o acidente foi a falta de aviso de mau tempo da Marinha para navegação naquela manhã chuvosa. 

Nos autos do processo, ainda segundo ele, foi anexado um aviso emitido seis horas depois do acidente. A Cavalo Marinho I não foi a primeira embarcação  a deixar o terminal o Terminal marítimo de Mar Grande, Ilha de Itaparica. Ela partiu às 6h30 com 129 passageiros e 4 tripulantes a bordo. 

A embarcação tinha autorização para viajar apenas em área 1 de navegação, termo utilizado para determinar trechos de águas calmas, como lagos, lagoas, baías, rios e canais. As ondas naquela manhã eram equivalentes a de área 2, com alturas significativas e com atuação do vento e correnteza.

“Onde estava ao aviso de mau tempo? O comandante foi pego de surpresa com ondas de até 3 metros. Não há o aviso de mau tempo. As condições de mar estavam degradadas. O problema todo é que a previsão do tempo não está no processo. A única que consta é do dia do acidente, seis horas depois do naufrágio. A marinha deveria ter emitido antes. A Cavalo Marinho I foi atingida por uma forte onda. Está bastante claro que ela foi atingida por uma forte onda que a tirou de rumo”, comentou; 

Ainda durante a entrevista, Vanderlei garantiu que a embarcação Cavalo Marinho I estava em perfeitas condições e era estável, além de atender todas as normais legais de navegação. 

"Eu posso garantir pessoalmente e coloquei lá no laudo, a embarcação era estável e cumpria os critérios de estabilidade que estavam na norma. Tanto cumpria que foi emitido o certificado de segurança de navegação, mas mais do que isso, depois do acidente fizemos todos os cálculos e a embarcação possuía cinco vezes mais estabilidade do que a norma preconiza", disse.

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