Salvador

Após denúncias, diretor de grupo de hotéis afirma que vai colocar “guarda armado” para impedir descarte de lixo em terreno

Leitor BNews
Problema de acúmulo de lixo no local já dura há mais de dois anos   |   Bnews - Divulgação Leitor BNews

Publicado em 17/08/2021, às 17h14   Beatriz Araújo


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Moradores da Rua Catarina Fogaça, no bairro de Armação, em Salvador, voltaram a reclamar do acúmulo de lixo em um terreno pertencente ao Grupo Portobello Hotéis na região. De acordo com os denunciantes, resíduos de obras e demais materiais vêm sendo descartados indevidamente no local, cujo os responsáveis nada estariam fazendo para solucionar o problema que já dura mais de dois anos. “Eles não estão nem aí, tratam a questão com indiferença”, relatou um dos moradores ao BNews

Em março de 2019, o BNews já havia publicado uma denúncia sobre o ocorrido. Na época, moradores da localidade chegaram a relatar que o acúmulo de lixo no terreno vinha causando diversos transtornos a quem circulava pela região. Isto porque, os resíduos estariam provocando o entupimento de bueiros, que em período de chuvas não escoam a água acumulada na área, resultando no alagamento da rua e impossibilitando o acesso de veículos.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbano (Sedur), responsável pela fiscalização da área, afirmou que irá adotar as medidas necessárias sobre o caso e ressaltou que o proprietário do terreno pode até mesmo ser multado. 

“A Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbano (Sedur) informa que irá encaminhar uma equipe de fiscalização ao local para adotar as medidas necessárias. De acordo com o Código de Polícia Administrativa de Salvador, Lei nº 5503/99, é de dever do proprietário do terreno e do imóvel zelar pela unidade imobiliária, por meio de capinação, varrição, drenagem e, até mesmo, murando ou cercando os imóveis, caso necessário. O auto de infração poderá gerar uma multa que varia entre R$ 96,26 a R$ 4.609,97”, informou em nota ao BNews

A reportagem também entrou em contato com o diretor do Grupo Portobello Hotéis, Cícero Sena, que confirmou os relatos da denúncia, mas afirmou que os proprietários do terreno são as verdadeiras vítimas da situação. “Eu confirmo tudo isso. Mas na verdade, nós somos as vítimas”, iniciou. “A área sempre foi murada. No primeiro momento, nós muramos a área, até porque nós temos preocupação de ter invasão, uma série de casos que acontece por aí, principalmente nessa região que teve um passado muito doloroso de invasores, de pessoas que se alegam dono do terreno, etc. Nós muramos o terreno e ficou murado durante muito tempo”, relatou o diretor. 

Segundo Sena, seguindo as orientações da Sedur, o grupo já teria gastado o preço de uma “casa popular” para arcar com os custos de manutenção do local. “Na frente, a gente fez um muro até de forma inadequada, fizemos com placas de concreto e as pessoas que iam pegar ônibus ali começaram a chutar as placas e foram derrubando todas. Mas lá na frente como tem um declive, uma altura, nós não nos preocupamos”, conta. 

Para o diretor do grupo empresarial, a polícia administrativa estaria sendo omissa diante do caso. “Deveriam prender de vez esses marginais que usam os terrenos da cidade, emporcalhando a cidade. Não é possível que um terreno baldio tem que ter um vigia ou um muro de três ou quatro metros de altura”, mencionou. 

Ainda em entrevista ao BNews, Sena afirma que, como forma de solucionar o problema do descarte irregular de lixo no terreno localizado na Rua Catarina Fogaça, o Grupo Portobello Hotéis irá colocar um “guarda armado” no local. “Vamos contratar um vigia para ficar lá permanente", garantiu. “Não tem jeito, nós vamos ter que colocar um guarda armado lá porque a prefeitura não consegue fiscalizar os caminhões que ficam jogando lixo nos terrenos baldios”, concluiu o diretor.

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