Salvador

Que calor! Ônibus elétrico começa a ser testado, mas não agrada

Juarez Matias // Bocão News
Bocão News foi na viagem inaugural e não recomenda a experiência  |   Bnews - Divulgação Juarez Matias // Bocão News

Publicado em 04/12/2013, às 06h24   Priscila Chammas


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O ônibus elétrico vai ficar disponível para teste em Salvador pelos próximos 20 dias. Mas se você é curioso e e está pensando em ir dar uma conferida, pense bem. Ou melhor, não vá, que é barril. Se a frota de ônibus convencionais da cidade já faz o passageiro quase derreter de calor, no buzu elétrico, que teve sua viagem inaugural feita hoje (03) de manhã, o cidadão efetivamente derrete.


Isso porque o veículo veio da China, e não foi projetado para uma cidade quente como Salvador. Suas janelas, menores que as dos ônibus comuns, ficam apenas na parte de cima, causando uma sensação de abafamento, sobretudo entre os passageiros que estão sentados. Os 37º que o termômetro marcava, às 10h da manhã de hoje, pareciam bem mais dentro do ônibus, no engarrafamento da Avenida Sete. Por todos os cantos do veículo só se via pessoas se abanando, rosto brilhando, ou com 'pizzas' debaixo do braço. 



"Para circular assim, com essas janelas, teria que ter ar condicionado ou, no mínimo, uma circulação forçada de ar. Temos nas licitações da prefeitura essa exigência. O ar condicionado diminuiria a autonomia do motor, mas é viável sim", comentou o secretário municipal de Transportes, José Carlos Aleluia. Suado, ele participou junto com a imprensa da viagem inaugural, entre a Praça Municipal e o Campo Grande. "Esse período de testes é justamente para isso, para fazer os ajustes necessários à realidade local". 


Segundo o gerente de vendas da BYD (fabricante do veículo), Vagner Rigon, o ônibus elétrico é capaz de rodar 350 quilômetros sem precisar recarregar a bateria. Se tivesse ar condicionado, essa autonomia baixaria para 250 quilômetros. "Os veículos que vão chegar em janeiro já virão com a janela mais baixa. Esse daí roda na China, em Londres...", comparou. 

Mas nem tudo era sofrimento dentro do buzu chinês. O motorista José Luis Bulhões, por exemplo, se deu bem. Com uma janelona bem maior que as da frota convencional, Bulhões pôde curtir a viagem com o vento batendo na cara e sem o motor quente esquentando suas pernas.  Satisfeito, ele minimizou o desconforto dos passageiros: "Fez calor porque estava engarrafado. Quando pegar a orla vai ventilar mais", acredita. 





Atualmente só há dois ônibus elétricos no Brasil: um em São Paulo e este, em Salvador. Ainda não há nenhuma previsão para que a capital baiana tenha ônibus elétricos de maneira definitiva, por causa do alto investimento inicial. "A ideia é que os empresários se sensibilizem para trocar a frota, mas não é coisa para curto prazo", disse Aleluia. 

E se, mesmo após ler esta reportagem e ver as fotos, você quiser entrar no buzu elétrico, ele fará diariamente quatro viagens de ida e volta entre a Estação da Lapa e o Aeroporto. Operado pela Rio Vermelho, a tarifa custa os mesmos R$ 2,80 que a frota convencional. 

Publicada no dia 03 de dezembro de 2013, às 11h15

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