A saga do buzu

O que pode ser ruim para uns, pode ser muito bom para outros. O congestionamento tem sido um verdadeiro aliado para os mototaxistas que trabalham no período de carnaval em Salvador. Sabemos que no dia-a-dia o trânsito na capital baiana não é lá dos melhores, mas em épocas festivas a coisa parece que desanda (literalmente) de vez e a alternativa dos foliões é o mototáxi. Mais rápido, o veículo consegue ir driblando um carro aqui, um ônibus ali e dificilmente fica parado.

No entanto, para quem não pode pagar pelo serviço de duas rodas, tem que utilizar os transportes públicos: metrô e ônibus. E aí, deve estar preparado para a ‘’guerra’’. Eu, que utilizo desses modais todos os dias, inclusive no período de carnaval, sei como é difícil o usuário chegar em qualquer destino sem que esteja um pouco mais exausto ou descabelado.

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Apesar da grande oferta de ônibus em um dos terminais mais importantes de Salvador, a Estação da Lapa, neste Carnaval a quantidade parece não ser suficiente para suprir a demanda dos soteropolitanos e dos turistas. Não há espaço entre uma pessoa e outra, todas vão em pé (a não ser quem chega antes e consegue sentar), coladas umas nas outras, e quem tem sorte consegue se segurar em algum ponto da estrutura. Quem não consegue só resta rezar para que o motorista não faça nenhuma parada brusca.  

Os ônibus vão tão lotados, são tantas pessoas em um pequeno espaço que consigo perceber o desespero e as rezas para que não tenha ninguém a subir no próxima parada. Além da questão conforto, ou melhor, desconforto durante o trajeto, ainda tem o quesito trânsito. Que parece ficar cada vez mais caótico conforme passam os dias da folia. A demora da pequena distância do ponto inicial para o ponto final é desproporcional: pelo menos de 40 min a 1h. A verdade é que com tantos contras, quem pode escolher entre sair ou não de casa é ‘’privilegiado’’.

*Yasmim Barreto cursa Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo na Unijorge e é estagiária do site BNews