Salvador

Em protesto, rodoviários impedem saída de ônibus da Estação Lapa: 'Só depende do prefeito'

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O presidente do Sindicato dos Rodoviários na Bahia, Hélio Ferreira, contou que os problemas de assédio que está abalando a saúde mental dos trabalhadores  |   Bnews - Divulgação Maycol Douglas / BNEWS

Publicado em 29/04/2024, às 12h20 - Atualizado às 13h00   Maycol Douglas e Dandara Amorim



Rodoviários de Salvador protestam na saída da Estação da Lapa, na capital baiana, no fim da manhã desta segunda-feira (29). A categoria promete uma paralisação, na terça-feira (30), por causa dos impasses da campanha salarial e por casos de assédio moral cometidos pelas empresas. Além disso, eles também reivindicam vale-transporte com integração com o metrô. 

"Nós estamos discutindo essa situação dos trabalhadores e a falta da campanha salarial há mais ou menos 30 dias, com seis rodadas de negociações. Além dos problemas internos das empresas, mas, infelizmente, os problemas internos continuam dos assédios, e a campanha salarial também travou devido ao fechamento do calendário. São duas situações que a gente precisa destravar. Um problema grave que nós temos são os assédios, as punições, o excesso de punições. Isso está causando tanto problema financeiro para o trabalhador como um problema de saúde mental também", disse Hélio Ferreira, presidente do Sindicato dos Rodoviários.

Os ônibus não estão saindo do terminal, e a população precisa caminhar até os Barris para deixar a estação. Por causa disso, houve confusão entre os manifestantes e usuários do sistema que tentaram invadir alguns veículos. Policiais militares estão no local.

"A gente quer evitar o pior. É como eu falei, o prefeito pode evitar isso. O prefeito tem meu telefone, o prefeito sabe que pode me ligar, pode chamar o sindicato para conversar, e a gente conversar, e ele se comprometer a chamar as empresas, destravar a campanha para poder continuar negociando e exercer os problemas dos assédios. Isso é simples pro gestor da cidade e para qualquer prefeito que esteja na cidade. Isso é simples, depende dele", acrescentou o representante da categoria.

Ainda nesta segunda, haverá uma reunião, às 16, no escritório do Sindicato. Caso nenhum acerto seja feito, Salvador deve amanhecer sem ônibus na terça.

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O presidente do Sindicato dos Rodoviários na Bahia, Hélio Ferreira, relatou que os problemas de assédio abalam a saúde mental dos trabalhadores que não estão sendo ouvidos pela empresa em diversas tratativas. O prefeito Bruno Reis também foi alvo da reclamação do presidente, "estamos denunciando à sociedade para ver se o prefeito vem para mesa"

Na última quinta (25), a categoria fez uma paralização e só saiu das garagens às 8h. Durante essa paralisação parcial, a Secretaria de Mobilidade (Semob) montou um plano de contingência para minimizar os impactos do atraso na saída das garagens. Foram usadas linhas de outras áreas e veiculos do sistema alternativo.

NEGOCIAÇÕES 

As negociações fazem parte da campanha salarial de 2024 da categoria. A reunião realizada na quinta-feira (25) foi a sexta ocasião em que as partes se reuniram para discutir as demandas dos rodoviários. Outras reuniões ocorreram nos dias 9, 11, 16, 18 e 23 de abril. Em 27 de março, a diretoria do sindicato entregou uma pasta com uma lista de reivindicações ao Secretário de Mobilidade de Salvador, Fabrizio Muller.

Dentre as demandas apresentadas pela categoria estão a integração do vale-transporte dos rodoviários com o metrô, além de um reajuste salarial. O sindicato alega, em suas postagens nas redes sociais, que os empresários se recusaram a discutir as propostas dos rodoviários, o que dificulta um acordo entre as partes.

"A postura desrespeitosa dos empresários tem evidenciado que o objetivo deles é levar a categoria a uma greve geral para que a sociedade compreenda a magnitude do problema que estamos enfrentando”, afirmou o sindicato antes do protesto desta segunda.

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