Estudantes protestam contra aumento da tarifa de ônibus em Salvador: "precisamos que nosso transporte melhore"

Na manhã desta segunda-feira (13), estudantes de Salvador protestaram na Estação da Lapa contra o aumento da tarifa de ônibus da capital baiana que subiu para R$ 5,20, anunciada na semana passada pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil).

O protesto ocorreu na Estação da Lapa. Em entrevista ao BNews, Thiago de Souza, presidente do DCE [diretório centrais dos estudantes] da UNIFTC na Bahia deu detalhes sobre o objetivo da manifestação.

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"A gente recebeu essa semana a notícia de que a passagem ia aumentar para R$ 5,20. Apesar de ser próximo do final de semana, as entidades estudantis, a união dos estudantes da Bahia, a união estadual dos estudantes se reuniram neste final de semana e convocaram a manifestação nesta segunda, entendemos que hoje é só o ponto inicial dessas manifestações".

Thiago complementa dizendo que pretende ter o apoio de outros grupos nas manifestações contra o amento da tarifa. "A nossa ideia é trazer junto com a gente as centrais sindicais, os outros movimentos populares, o movimento negro, o movimento LGBT, de mulheres, para a rua, para a gente dizer que R$ 5,20 não dá mais. É acordar toda comunidade soteropolitana, toda nossa cidade, trabalhadores, trabalhadoras que acordam cedo todo dia para enfrentar esse transporte que está sucateado, essa necessidade hoje de sair, de pegar um metrô para conseguir chegar."

O presidente do DCE da UNIFTC na Bahia fez ainda duras críticas ao transporte no subúrbio da capital baiana, e, segundo ele, os bairros periféricos não tem os onibus necessários. "A população ela não têm ônibus nos seus bairros periféricos, o subúrbio de Salvador sofre com a falta de acesso dos ônibus, a cidade ela não está ligada, os ônibus não ligam a cidade à orla".

"Então, a gente precisa de uma nova modalidade, de um novo pensamento da mobilidade urbana da nossa cidade. Nós precisamos que nosso transporte público melhore, sabe. Que nós temos um transporte público que se fosse R$ 5,20 que nós tivessemos o transporte público que tivesse a qualidade e a capacidade de atendimento pelo valor que está sendo cobrado e hoje a gente não tem", complementa Thiago.

Douglas Corrêa, diretor de comunicação do DCE da UFBA, também esteve presente na manifestação e falou sobre a arbodagem da Polícia Militar durante o ato.

"Incialmente, o nosso ato, como todo mundo pode perceber, é um ato pacífico, um ato ordeiro. O objetivo é mesmo obstruir o trânsito, o objetivo é mesmo dificultar a locomoção, fazer a cidade parar para que a gente seja ouvido, isso é um proceso natural de qualquer ato, isso é processo natural de qualquer reindivicação. Seja de trabalhador, seja de estudante, seja de jovem, mas a polícia chegou inicialmente com uma abordagem muito truculenta, nós tivemos uma militante nossa que foi agredida, uma jovem, de 17 anos, isso foi filmado, temos todos os registros e nós só queríamos conversar e poder se organizar, negociar como dirigir o ato. Tentamos conversar com a polícia nesse sentido e um outro policial se respaldando sempre nesse processo de 'a polícia nunca fez nada' (...) Agrediu a gente."

Ele acrescentou também que deseja conversar com o prefeito Bruno Reis numa tentativa de negociar com a prefeitura. "Só temos a dizer que só queremos nesse momento que seja estabelecido uma mesa de negociação com a prefeitura, queremos que o prefeito nos receba, receba as entidades estudantis, receba a representação dos estudantes, para que a gente possa debater as nossas reinvidiações, que são: o congelamento do valor da tarifa, que já está muito alta em comparação a várias outras capitais brasileiras e que a gente comece o debate sobre o passe livre estudantil imediatamente".