Funcionários terceirizados da Coelba protestam por causa de salários atrasados

Cerca de 50 funcionários terceirizados da Coelba realizaram, na manhã desta quinta-feira (9), uma manifestação para cobrar salários atrasados e outros benefícios previstos em contrato. O protesto ocorreu na frente da sede da companhia, no bairro de Narandiba, em Salvador. O presidente do Sindicato dos Condutores em Cargas Próprias (Sintracap-BA), Marcelo Carvalho, esteve no local para negociar com a empresa.

O presidente do Sintracap explicou ao BNews a causa da manifestação. "A empresa terceirizada MOREL-Montagens de Redes Elétricas Ltda, do Grupo Neoenergia está há 2 anos com problemas econômicos graves e viemos chamar atenção da Coelba para esses problemas. Há três meses essa empresa não paga os salários, ticket-refeição, cesta básica dos trabalhadores. Nem o transporte tem sido disponibilizado para esses funcionários", pontuou Marcelo.

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Ainda segundo ele, a greve é por tempo indeterminado e uma ação já foi aberta junto ao Ministério Público do Trabalho. "No último dia 13, convocamos uma assembleia e a categoria está em greve desde esse dia. A greve é por tempo indeterminado, já tem mediação marcada no Ministério Público do Trabalho, já solicitamos a fiscalização inclusive do Ministério do Trabalho e Emprego no canteiro dessa empresa. Além de não pagar salários e benefícios previstos na convenção coletiva de trabalho, simplesmente discumpre com a legislação do trabalho vigente" disse o presidente do sindicato.

Más condições de trabalho

O líder sindical relatou más condições de trabalho e revelou que a terceirizada continua recebendo normalmente da Coelba. "Não tem Cipa estabelecida, até os Equipamentos de Proteção Individual (EPI's) disponibilizados para os colaboradores são precários. Viemos pedir a Coelba que assuma a responsabilidade sobre a empresa que é sua contratada. Os trabalhadores estão passando por necessidades alimentícias, enquanto a terceirizada continua recebendo em dias e não repassa para seus colaboradores" disparou ele.

Questionado sobre o retorno da Coelba para a cobrança dos funcionários, Marcelo disse que a empresa foi solidária com o movimento e se colocaram a disposição para bloquear o valor que seria repassado para a empresa, para pagar diretamente aos trabalhadores.

Funcionário da Coelba há 3 anos, José Raimundo revelou ao BNews que além de salário atrasado, há dois meses ele e seus colegas não recebem vale-alimentação. Além disso, os valores referente as férias não estão sendo repassados. "Os valores relacionados as férias também não estão sendo repassados.Quando recebe, alguns colegas, só recebeu a metade. O FGTS já tem quase dois anos sem ser depositado" disparou o colaborador.

Em nota, a Coelba disse que não há pendências financeiras da distribuidora com a empresa contrada. " A concessionária reforça que a responsabilidade pelo cumprimento das obrigações trabalhistas cabe à prestadora de serviços, mas que está acompanhando a situação de perto logo após tomar ciência do fato, emitindo notificações para que a situação seja esclarecida. A Neoenergia Coelba se coloca à disposição" finalizou a instituição.