Salvador

Médicos de centro de saúde em Salvador denunciam suposto descaso da Fabamed

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Profissionais de saúde afirmam estar sofrendo assédios morais por parte da empresa  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 15/06/2023, às 10h54 - Atualizado às 17h07   Marcelo Ramos e Daniel Serrano


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Os médicos que atuam no Centro de Saúde Maria Conceição Imbassahy, localizado no bairro do Pau Miúdo, em Salvador, vêm denunciando a falta de condições de trabalho oferecidas no local. De acordo com eles, os problemas começaram desde que a empresa Fabamed, através do coordenador médico Arthur Brito, assumiu a administração da unidade.

Na denúncia obtida pelo BNews, os médicos afirmam estar sofrendo assédios morais e tendo sua autonomia “cerceada na assistência aos pacientes”. Os profissionais de saúde apontam ainda para um descumprimento do acordo contratual em relação ao valor pago por plantão. Segundo eles, a Fabamed começou a atrasar o pagamento dos médicos culminando na redução de R$ 100,00 por plantão (de cada médico). Os plantonistas alegam que teriam tentado negociar com a empresa para solucionar o problema, mas não obtiveram sucesso.

Além dos problemas financeiros, os médicos afirmam ser alvo de exposição e agressão por parte dos pacientes que buscam a unidade de saúde, que está “sempre superlotada” e não conta com estrutura física para a demanda da população. Apesar das queixas, a equipe médica revela que a Fabamed não se sensibiliza com os episódios de violência.

Ainda de acordo com a denúncia, a falta de estrutura não está afetando apenas os pacientes. O local de descanso dos médicos plantonistas conta com uma das camas quebradas por falta de manutenção. Apesar disso, o coordenador não teria autorizado a compra de um novo equipamento, nem permitido que fosse montada uma cama em substituição à quebrada. Devido a isso, os profissionais estariam dormindo no chão ou brigando entre si para revezar a cama para poder repousar.

Em contato com a reportagem, a secretária da Saúde da Bahia, Roberta Santana, afirmou que ainda não tem total conhecimento sobre a situação.

"A Fabamed faz uma gestão de algumas unidades nossas. Não tenho registro aqui no âmbito da Ouvidoria ou de correlatos especificamente de reclamações. Preciso entender se a reclamação é sobre a assistência, é sobre pagamento, é sobre terceiros para eu poder apurar e verificar isso”, disse.

Em contato com o BNews, a Sesab afirmou que a unidade é de responsabilidade da prefeitura, que ficou de eviar um posicionamento. 

Em nota enviada a reportagem, a Fabamed, administradora do Pronto Atendimento (PA) Maria Conceição Imbassahy, informa que os salários dos médicos são pagos "rigorosamente dentro do prazo pactuado em contrato". 
Em relação a superlotação da unidade, a Instituição destaca que "o serviço ofertado preza o bom acolhimento e resolutividade para os pacientes, o que gera alta procura por atendimento".
A Fabamed afirmou, ainda, que há leitos suficientes para atender ao repouso dos profissionais no período da noite, e que conta com cinco médicos e quatro leitos, sendo obrigatório a rotatividade dos profissionais. 
"Em tempo, a Fundação acrescenta que, a partir da denúncia infundada, irá reforçar juntos aos profissionais a finalidade e conceito de “conforto médico”, o que significa dispor de um local para PAUSA entre suas atividades. Preconiza-se que a cada período trabalhado, os plantonistas devam gozar de um período ROTATIVO de repouso, sendo que “a exceção se aplica em caso de urgência e/ou emergência, uma vez que a SAÚDE DO PACIENTE É FOCO de toda atenção do médico. Por isso, é impossível ter todos os profissionais de uma unidade de emergência em descanso simultâneo. A Fabamed reitera seu compromisso com a sociedade em prestar um atendimento de qualidade, bem como preza por uma relação respeitosa entre todos os colaboradores", concluiu.

Classificação Indicativa: Livre

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