Enquanto a saúde pública pede socorro e milhares de pacientes aguardam na fila por atendimento, o Hospital das Clínicas, cuja gestão é da Universidade Federal da Bahia (Ufba), dá um exemplo de descaso e má administração. A redação do site Bocão News recebeu, nesta sexta-feira (22), fotos que revelam caixas sobrepostas dentro de um depósito do próprio hospital, nas quais estão equipamentos como tomógrafos e raio x. Para a supresa do site, os equipamentos estão dentro das caixas há cinco anos. A informação foi confirmada pela própria assessoria de Comunicação da instituição.
A meia década, equipamentos essencias para o diagnóstico de doenças estão sem uso, dentro de caixas, empoeirados e cujo funcionamento deixa dúvidas diante do tempo que estão abandonados. Para o presidente do Sindicato do Médicos da Bahia (Sindmed), Francisco Magalhães, há aparelhos também de ressonância magnética e "que correm o risco de nem estarem funcionando. Infelizmente, isto é uma prática da gestão da Saúde. Eles compram um aparelho e deixam lá. Provavelmente, alguma burocracia emperra a instalação deste aparelhos", afirmou.
Conforme a assessoria do Hospital das Clíncas, os equipamentos estão encaixotados por conta das obras do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, cujo início e valores da obra não foram revelados. A assessoria informou que esta informação será viabilizada junto à direção do hospital. Ainda de acordo com a assessoria, as obras ainda não foram concluídas por falta de repasses dos ministérios da Saúde e Educação e não há previsão para a finalização. A reportagem também questionou sobre a funcionamento destes equipamentos devido ao tempo que se encontram sem uso. Esta informação também será enviada por meio nota após retorno da direção do Hospital.
Em contato com a secretaria de Sáude do Estado da Bahia (Sesab), a assessoria informou que a responsabilidade é da UFBA pelo armazenamento e implantação destes equipamentos. Questionado sobre um controle por parte da Sesab sobre a ação da gestão UFBA e repasses dos ministérios, a assessoria afirmou que não cabe à Sesab este controle já que o repasse é Federal e "o que fazemos é comprar os serviços e eles entregam a produtividade", explicou a assessoria.
Ainda que as obras terminassem amanhã, os aparelhos só poderiam ser disponibilizados para a população após abertura de um processo licitatório que viabiliza uma empresa a realizar esta instalação, o que demanda ainda mais tempo. Enquanto a poeira, o descaso e a burocracia emperram o processo do sistema de saúde, pessoas morrem nas portas dos hospitais públicos, brigam por uma marcação de consulta e a sáude pública segue no exemplo do caos, em constante UTI.
Nota originalmente postada dia 22
