Guillain-Barré: controle de infecções pode prevenir a Síndrome

O número de casos confirmados da síndrome Guillain-Barré subiu para 53 nesta-sexta-feira, de acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Até o momento, 115 ocorrências foram notificadas. Do total de confirmações, 49 apresentaram histórico de zika vírus. Salvador lidera em número de vítimas da doença (38), seguida por Feira de Santana (3), e Valença (2).

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O neurologista e coordenador da UTI Neurovascular do Hospital da Bahia, Artur Souza, explica que, na maioria dos casos da doença autoimune a ativação desse sistema de defesa se dá por algum processo infeccioso, seja ele viral ou bacteriano. “Estes micro-organismos possuem em sua estrutura alguns elementos parecidos com os encontrados nos neurônios, causando essa reação. Ou seja, ao invés de atacar apenas a bactéria ou o vírus, os anticorpos atacam também neurônios", detalha o médico.

A Guillain-Barré, segundo, possui um amplo espectro, desde formas com sintomas brandos até as consideradas graves, com necessidade de internamento prolongado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “A doença costuma atingir seu ponto de maior acometimento em até duas semanas, no máximo até quatro semanas. Em seguida vem a fase de estabilidade, que pode durar dias a meses para, então, iniciar a fase de recuperação”, acrescenta Souza.

Sintomas

O quadro usualmente se inicia com formigamento ou dormência nas extremidades, seguido por sintomas como dor lombar ou nos membros e, depois, perda de força nos membros inferiores e progredindo, às vezes, para acometimento de todo o corpo, inclusive dos músculos da face e os respiratórios.

Como controlar

Embora não haja uma forma específica para prevenir a Síndrome, o especialista alerta para hábitos capazes de controlar infecções, já que 2/3 dos casos são precedidos por estas. Lavar sempre as mãos e alimentos, controlar os vetores de vírus, como o mosquito Aedes aegypti.

“Nem todo caso de Guillain-Barré necessita de tratamento específico, no entanto, todos necessitam de observação rigorosa, devido às suas possíveis complicações como arritmias ou insuficiência respiratória”, alerta.

Tratamento

Há exames que podem confirmar o quadro, como um estudo do Líquor (LCR, presente dentro do canal vertebral e que envolve o cérebro) ou uma Eletroneuromiografia (ENMG), que detecta alterações nos nervos periféricos dos membros superiores e inferiores.

O tratamento específico, quando indicado, pode ser a Plasmaférese (espécie de filtração do sangue, visando retirada dos anticorpos) ou o uso da administração intravenosa de Imunoglobulina durante alguns dias, para combater os anticorpos que estão causando a doença.

Publicada originalmente dia 24 de julho de 2015