Saúde

Protesto marca um ano de fechamento do Hospital Espanhol

Publicado em 12/09/2015, às 11h06   Leo Barsan


FacebookTwitterWhatsApp

O fechamento do Hospital Espanhol, na Barra, em Salvador, há um ano, é motivo de protesto de mais de 80 integrantes do Fórum Independente dos Sócios, Amigos e Colaboradores da unidade hospitalar (Fisache), na manhã deste sábado (12).
Vestidos de preto, com cartazes e faixas, membros do Fórum reivindicam transparência em torno do destino do hospital que, na última quinta-feira (10), teve uma carta de intenções entregue ao conselho administrativo com uma proposta de reativação do equipamento. "É um aniversário triste. Não se pode prescindir de mais de 200 leitos de hospital. Vamos aos gabinetes do prefeito, do governador e do secretário de Saúde cobrar providências", avisa Tina Leiro, integrante do Fisache.
Em entrevista ao Bocão News, Leiro afirmou desconhecer o teor da proposta apresentada ao conselho administrativo. "Não há transparência. Não é possível que se faça um acordo com um comprador sem que a gente saiba o que está acontecendo. Tivemos conhecimento dos fatos pela imprensa", critica.  
Após 365 dias com portas de consultórios e emergência fechadas, o destino do hospital pertencente à Real Sociedade Espanhola ainda é incerto. Uma audiência está marcada para o dia 27 deste mês na sede do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA). Em conversa com o site, o advogado da entidade, Washington Pimentel, faz prognóstico positivo quanto à reabertura do Espanhol. No entanto, não há prazos para que as dependências do equipamento sejam reabertas.
“A gente agenda bastante positiva. Provavelmente, o hospital será reaberto, mas não temos prazos. Uma auditoria analisa propostas para tentar salvaguardar os direitos de sócios, trabalhistas, de fornecedores, além da manutenção da operação hospitalar, que deve ser feita por uma nova gestão”, relata Pimentel. A empresa responsável pela auditoria é a Pricewaterhousecoopers, que, “por razões contratuais”, não comenta assuntos relacionados aos seus clientes.
A dívida do Hospital Espanhol ultrapassa R$ 100 milhões e os débitos referem-se a ações trabalhistas, pagamento de fornecedores, questões fiscais e empréstimos. “Ninguém sabe como essa conta vai fechar. Se uma nova gestão se interessar, vai comprar bolacha quebrada”, define o presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindmed), Francisco Magalhães. Ao menos 700 médicos e 2,8 mil funcionários foram desligados da unidade hospitalar até o fechamento.
A proposta para reativação do Hospital Espanhol apresentada em reunião do conselho administrativo da Real Sociedade Espanhola – entidade mantenedora da unidade hospitalar – é vista com “bons olhos” por representantes do governo estadual, que fazem parte da comissão que analisa a carta de intenções. O nome do grupo interessado na reabertura do equipamento, conforme antecipou o Bocão News, nesta quinta-feira (10), é mantido em sigilo.
Em nota, o governo estadual afirmou que, até o momento, o documento apresentado na reunião do conselho “não contém uma proposta estrutura, mas uma manifestação inicial de interesse em avaliar o negócio dentro do prazo de 90 dias”. A carta de intenções já começou a ser avaliada pelo governo e será objeto de reunião da equipe que vem acompanhado a situação do hospital no início da próxima semana.
Uma das empresas que teria manifestado interesse na gestão do hospital fechado há um ano é a Rede D’Or, administradora do Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro. No entanto, por meio da assessoria de comunicação, a entidade informou que – assim como a Amil – não comenta rumores de mercado.
Foto: Leo Barsan / Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp