Cerca de 60% dos acidentes de trânsito do país são causados pelo sono e cansaço. Os dados são da Associação Brasileira de Medicina e Tráfego (ABRAMET). Com o objetivo de conscientizar os motoristas dos perigos no volante, é celebrado em 25 de outubro o Dia Nacional do Trânsito.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, somente no ano passado, 4.056 acidentes de trânsito foram registrados nas estradas brasileiras. A causa presumível foi dormir ao volante. Destes, 328 foram fatais e 835 resultaram em feridos graves. A nível mundial, a Organização Mundial de Saúde aponta que 1,25 milhão de pessoas morrem nestes tipos de acidente.
"A privação de sono e alguns distúrbios, como ronco e apneia, provocam sintomas como sonolência diurna excessiva, falta de atenção, dificuldade de concentração e alterações de humor. É preciso dormir com qualidade para preservar as funções cognitivas, motoras e perceptivas", esclarece Kenya Felicíssimo, médica especializada na área de Odontologia do Sono na Bahia.
A Fundação Nacional do Sono pontua que a insônia aumenta em 250% o risco de acidentes de trânsito; em caso de apneia, esse risco é elevado para 700%. "O motorista precisa ficar atento aos sinais que o corpo dá, como bocejar de forma contínua, sentir os olhos ou a cabeça pesados, não se lembrar por onde acabou de passar", explica Felicísssimo.
A especialista aponta que nesses casos, o melhor é parar em algum lugar, andar um pouco, lavar o rosto, ingerir água e café. "Se o sono persistir, é fundamental que o motorista procure um local seguro para descansar. O ideal é que ele evite dirigir por um período muito longo, não ingira comidas pesadas, bebida alcoólica e não faça uso de substâncias estimulantes que mascaram o sono", indica Kenya Felicíssimo.
