Saúde

Todos os dias, 71 pessoas atendidas pelo Sistema Único de Saúde morrem na Bahia

Roberto Viana/BNews
Principais causas estão relacionadas doenças nos aparelhos circulatório e respiratório  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana/BNews

Publicado em 02/11/2019, às 09h55   Yasmin Garrido



A única certeza da vida é que, um dia, a morte vai chegar. E, entre janeiro de 2008 e agosto de 2019, ela chegou para mais de 300 mil baianos, deixando o estado na 6ª posição do ranking nacional em número (absoluto) de óbitos no período. Isso significa dizer que, por dia, em média 71 pessoas morrem no estado.

O números, coletados pelo BNews, fazem referência apenas aos atendimentos registrados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No quase 11 anos, os baianos perderam parentes para as mais diversas doenças, principalmente as que atingem os aparelhos circulatório e respiratório. Em seguida estão doenças infecciosas e parasitárias, câncer e problemas no aparelho digestivo.

Em 7 de dezembro de 2016, o irmão de Luis Teixeira, 25 anos, foi vítima fatal de um infarto no miocárdio. “A gente nunca imaginou que ele pudesse ir tão cedo, até porque, ele fazia exercícios, tinha uma vida saudável”, contou o jovem. Todos os anos, na Bahia, que 750 mil pessoas morrem vítima de infarto no miocárdio.

À época, Luciano Teixeira tinha 31 anos e precisou ser hospitalizado com fortes dores no peito, após uma partida de tênis entre amigos. A taxa de mortalidade em jovens que infartam é de 4%, muito inferior à registrada em pacientes com mais de 70 anos, que é de 21%, segundo o cardiologista Fábio de Mello Franco.

“Se considerarmos o risco acumulado nos próximos anos, podemos dizer que o enfarte em jovens possui um prognóstico pior, pois a expectativa de vida é mais longa comparado aos idosos. Por outro lado, algumas informações mostram que o infarto em jovens possui algumas características de maior benignidade”, explicou o médico.

Quem também foi surpreendida com a chegada da morte na família foi a estudante do Maria Clara Andrade, 21 anos, que perdeu a mãe em decorrência de um acidente vascular cerebral em janeiro deste ano. Lúcia tinha 56 anos e, após algumas horas no hospital, não resistiu. A doença mata todos os anos no estado cerca de 2,2 mil pacientes, o que dá uma média diária de 6 óbitos.

“Foi horrível, porque ela teve vários AVCs seguidos, o que dificultou qualquer chance de os médicos salvá-la”, disse Maria Clara, que hoje mora com o pai e o irmão mais velho em Salvador.

O líder no ranking nacional, em números absolutos de mortes, é São Paulo, seguido de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. No Brasil, também entram na lista das doenças que mais matam a pneumonia e a septicemina (infecção generalizada). A média diária de óbitos no país é 1.220, segundo registros do DataSus.

Classificação Indicativa: Livre

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