Saúde

Urologista Eduardo Café faz alerta para fatores que podem influenciar na baixa da libido

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Médico também falou sobre os tratamentos possíveis   |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 13/05/2021, às 17h48   Rafael Albuquerque


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Durante o período da pandemia do novo coronavírus, tem aumentado o número de homens que se queixam da redução do interesse na relação sexual. Se for de forma eventual isso não é considerado um problema. Mas, quando se torna recorrente, a falta do desejo sexual pode causar impactos negativos na qualidade de vida das pessoas.

Em entrevista ao BNews, o urologista Eduardo Café, professor adjunto da Escola Bahiana de Medicina, Chefe do departamento de Cirurgia e Coordenador da residência de Urologia do Hospital Santa Izabel, falou um pouco sobre esse assunto que tem despertado cada vez mais interesse.

Segundo o médico, há que se desmistificar a questão da andropausa: "A gente precisa contextualizar a queda de testosterona como a causa principal de um distúrbio que na mulher seria chamado de menopausa, muitos chamam no homem de andropausa, mas na verdade é a Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (Daem). À medida que a gente envelhece, os níveis normais de testosterona, que é o hormônio masculino, tendem a reduzir". Essa redução se dá principalmente pelo envelhecimento, mas Café alerta que alguns fatores de risco podem ajudar nessa queda. 

"Durante a pandemia aumentou o número de pacientes procurando o urologista pedindo reposição hormonal. Eles estão certos de que teve uma mudança significativa na sua libido, no seu apetite sexual, na sua disposição. Eles têm certeza que estão com uma baixa hormonal e pedem reposição. E muitas vezes a gente faz a avaliação, dosa a testosterona e dá normal, o que indica que os sintomas de baixa de libido não necessariamente estão relacionados com baixa na testosterona", salientou. 

"Então, a ansiedade, a obesidade, o sedentarismo, as síndromes metabólicas que levam a alterações no colesterol, triglicérides, tabagismo, diabetes, hipertensão, excesso de consumo de álcool. Todos esses são fatores que podem reduzir a libido, e naqueles pacientes onde está havendo uma queda real da capacidade de produção de testosterona, isso vai se somar e acabar levando a sintomas muito mais significativos", explicou o urologista.

O especialista afirmou que essa deficiência androgênica é uma redução da capacidade de produção hormonal e que pode ser detecada por exame de sangue. Também falou sobre o tratamento: "via de regra é a reposição. Claro que deve ser feita com alguns cuidados, tem que ter certeza de não se tratar se uma situação de risco. Vai ser fazer uma avaliação para ver como está a próstata, como está com alteração cardio-vascular, onde há risco de aumentar a taxa de hemoglobina, que aumentaria o risco de eventos tromboembólicos no paciente cardiopata, coronariopata. Existem outras avaliações que devem ser feitas para garantir a reposição hormonal com segurança".

O tratamento, porém, é bastante simples e eficaz, segundo o médico. "A reposição é feita através de injeções de testosterona, de curta ou longa duração, que em geral se aplica a cada três meses. Existe também o gel transdérmico, que tem a aplicação diariamente".

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