Solla condena uso de morte em campanha de Neto

Publicado em 20/09/2012, às 18h26 Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)

O secretário da Saúde do Estado (Sesab), Jorge Solla, condenou a utilização política da morte de Deivisson Luís Barbosa, 23. Vítima de leptospirose, o jovem veio a óbito na madrugada da última sexta-feira (14) no Hospital Couto Maia. Na terça (11), ele passou por exames no Hospital do Subúrbio e foi liberado sem o diagnóstico.

Após a morte, familiares e outros manifestantes ocuparam a entrada do Hospital do Subúrbio e incentivados por um carro de som e brados de protesto invadiram as dependências do equipamento público. Para Solla, a ação foi coordenada por agentes políticos da região interessados em desgastar o governo.

“Teve convocação profissional de mídia. Nós já identificamos pessoas que são lideranças políticas e entregamos tudo à secretaria de Segurança Pública (SSP). Tinha carro de som e ônibus alugado”, denunciou Solla em entrevista ao apresentador Zé Eduardo, no Programa do Bocão, da Rádio Sociedade.

No programa eleitoral de televisão da última quarta-feira (19) ACM Neto apresentou as propostas para a Saúde. Os produtores da campanha do representante do Democratas gravaram o enterro de Deivisson e divulgaram uma entrevista feita com o pai da vítima no momento do sepultamento.

“O tempo que ele levou no Hospital do Subúrbio. Se diagnosticasse ele, fizesse o exame correto, meu filho não teria falecido, porque dava tempo. O governo do estado dizendo que o Subúrbio tem um hospital de 1º mundo. Não é primeiro mundo. Nem primeiro Subúrbio. O povo está tudo indignado”. (SIC)

Para o secretário, este tipo de estratégia eleitoral é condenável. “O que me deixa mais sensível éesta atitude de explorar a tristeza das pessoas. É um absurdo que isto esteja acontecendo. Eu não consigo compactuar com este tipo de ação”.

De acordo com Solla, o paciente chegou ao hospital sem nenhum sinal de leptospirose. O quadro era de dores que levaram aos médicos examinar coluna e afins, depois foi medicado e liberado. “No dia seguinte acordo mal. Foi para o Couto Maia. Foi atendido, mas infelizmente foi a óbito. Foi uma fatalidade que não seria evitada em qualquer hospital. A forma de atuação da leptospirose neste caso é uma que atinge menos de 10% dos infectados. É muito rápido”.

SMS

O conflito entre as secretarias da saúde do estado e município de Salvador também foi solucionado. Segundo Solla, a relação com a secretária Tatiana Paraíso é a melhor possível. “Tatiana é uma figura muito atuante e tranquila. A relação entre o corpo técnico, que é o mais importante, está azeitada e nós temos conseguido avançar bastante”, elogiou o secretário de Wagner.

Solla declarou ainda que a relação entre os entes – municipal, estadual e federal – independe da política partidária. Para ele, o importante é que as partes queiram realizar as ações necessárias sem deixar que o jogo político interfira no que deve ser feito para a população que precisa.

UPA

Inaugurada em dezembro do ano passado a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Escada tem sido utilizada como exemplo de atuação pelo secretário Solla. Além disso, o chefe da pasta chama a atenção para a necessidade de se ampliar o atendimento nos postos para desafogar os hospitais.

“Mais de 70% dos pacientes que chegam ao Hospital do Subúrbio poderiam ser atendidos nos Postos de Saúde. Outros 20% nas UPAs. No HGE o quadro é similar. Para se ter uma ideia, na UPA de Escada, dos 400 pacientes que chegam, mais de 90% tem os casos resolvidos por lá”.

No programa eleitoral de ACM Neto, uma mãe afirma que não foi atendida no Hospital do Subúrbio quando esteve lá com uma criança. “Na UPA, me deram uma ‘Dipirona’ para dar para a criança, não deu uma nebulização. Dipirona eu dou em casa. Paracetamol, eu compro e dou em casa”, desabafou.

Matéria originalmente publicada às 10h01 do dia 20/09.

Fotos: Gilberto Júnior // Bocão News

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