Saúde

Mais um jovem luta contra a obesidade na Bahia

Publicado em 20/11/2012, às 22h09   Redação Bocão News


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Está internado no Hospital Regional de Serrinha, nesta terça-feira (20), em quadro clínico estável, o jovem Francisco Araújo Silva, de 23 anos, com 280 kg. Infelizmente, ele é mais um que sofre com a obesidade mórbida e depende do tratamento na rede pública de saúde.  

A reportagem do Bocão News falou com um funcionário que preferiu não ser identificado, e de acordo com ele, o jovem foi internado na unidade no último domingo (18), e é acompanhado pela mãe, Maria Aurizete de Araújo.

Para o site Acorda Cidade, Maria Aurizete informou que não sabe o peso exato do filho porque na cidade não tem uma balança apropriada e pede que Francisco seja transferido para Feira de Santana. A mãe contou que o filho começou a engordar aos nove anos de idade, e que pouco tempo depois já sentia cansaço ao andar. Segundo ela, aos 12 anos Francisco já sentia uma grande dificuldade para se locomover e aos 15, já estava praticamente inválido. “Ele tem muitas dificuldades, pois eu não posso dar o que ele precisa. Ele não tem um quarto ou um banheiro, eu é que tenho que cuidar dele, troco as fraudas e infelizmente não tenho ajuda. Tivemos muita dificuldade para tirá-lo de casa e trazê-lo até o hospital”, contou.

O drama vivido pelo jovem Francisco é semelhante ao de Wellington Cortes Conceição, 33, que sofria de obesidade mórbida e morreu na madrugada desta quinta-feira (15) no Hospital Roberto Santos, ele estava com 250 kg. Wellington emocionou a muitos ao deixar a casa onde morava, em Amélia Rodrigues – cidade de Região Metropolitana de Feira de Santana, içado por um guindaste para dar início ao tratamento.

No Brasil, o excesso de peso e a obesidade aumentaram nos últimos seis anos, segundo aponta o mais recente levantamento realizado pelo Ministério da Saúde. Conforme pesquisa, a proporção de pessoas acima do peso no Brasil avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%.

De acordo com o médico Marcio Café, cirurgião bariátrico, cidadãos baianos têm vivido sérios problemas por conta da obesidade. “O numero de obeso em nosso estado é maior que a capacidade de atender estas demandas. O volume de cirurgias autorizadas e executadas no município é insuficiente para tratar as pessoas com obesidade. Estes casos que vemos em evidencia estão a anos esperando para serem atendidos. E muitos só conseguem com o apoio da mídia. Na Bahia, os únicos hospitais que tratam a obesidade através do Sistema Único de Saúde (SUS), são o Aliança, Espanhol e Hospital da Bahia. Outra alternativa, é o tratamento particular com o balão  intragástrico  que custa cerca de R$ 15 a 20 mil. Muito caro para a realidade da maioria das pessoas que são obrigadas a conviver com este drama – o que corresponde a mais da metade da população baiana.”, explicou o especialista.


Foto: Acorda Cidade

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