Saúde

Bahia: médicos manifestam contra entrada de profissionais estrangeiros

Roberto Viana
Manifestação acontece simultaneamente em todo o país  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana

Publicado em 25/05/2013, às 13h48   Juliana Costa (Twitter: @julianfrcosta)




Médicos e estudantes de todo o país se organizam na manhã deste sábado (25) no Movimento “Revalida,Sim!”. A manifestação, que também acontece na capital baiana, conta com o apoio do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) e do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia e defende a manutenção da prova de revalidação, realizada pelo Ministério da Educação, para médicos estrangeiros que venham trabalhar no Brasil.



Desde o início do mês, o Governo Federal estuda a possibilidade de trazer médicos de outros países para preencher vagas em regiões com carência desses profissionais. De acordo com a conselheira do Cremeb, Hermila Guedes, o movimento não é contra a entrada de médicos estrangeiros, desde que eles sejam submetidos e aprovados no processo de revalidação de diplomas do MEC. “O movimento quer alertar sobre o perigo que é a importação de médicos sem revalidar diplomas da forma habitual que tem sido feito no Brasil”.



A conselheira reforça que o Cremeb, o Conselho Federal de Medicina, a Associação Médica Brasileira e a Federação Nacional dos Médicos não são contra a entrada de médicos, mas sim da forma como vem sido realizada. Menos de 10% dos que tentaram o Revalida nos dois últimos anos foram aprovados.

Ainda de acordo com Guedes, o alvo do governo são estudantes brasileiros encaminhados por partidos políticos à Cuba, que não passam por processo seletivo. Para ela, portugueses e espanhóis não terão interesse em trabalhar no interior do Brasil devido à falta de estrutura e de salários baixos. “A Organização de Medicina de Portugal já se pronunciou contra por achar que isso é um demérito para o profissional português”, completa.

A vinda dos médicos cubanos começou a ser negociada em janeiro de 2012, quando a presidente Dilma Rousseff visitou Havana pela primeira vez.

Estrutura

Cerca de 400 municípios brasileiros sofre com a escassez de profissionais de saúde, mas a falta de estrutura é uma das principais reclamações da categoria. Guedes complementa que não faltam médicos no país, mas que não existe estrutura para o atendimento adequado nos municípios. “Não há condições de trabalho, de segurança para os pacientes. Não existe leitos, ambulância, profissionais, enfermeiros. Não tem como transferir um paciente decentemente. A questão salarial não é o problema”.



Para os estudantes, o que falta é a gestão adequada da saúde pública no país. “Mesmo nas capitais faltam leitos, atendimento decente para as pessoas. É impossível trabalhar assim”, afirma o estudante Jorge da Silva.

A manifestação continua até o fim do dia.

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