Saúde

Centro de Saúde de Itapuã funciona de forma precária

Publicado em 17/03/2011, às 18h37   Ivana Braga



A estrutura municipal de saúde de Salvador agoniza diante dos olhos da população. Na manhã desta quinta-feira (17), a situação no Centro de Saúde Hélio Machado, em Itapuã, era de caos. Mais de 50 pessoas aguardavam atendimento e apenas uma médica havia comparecido ao trabalho. A justificativa é de que os salários dos médicos plantonistas estão atrasados, por isso eles não estão trabalhando.

Devido à falta de médico, dezenas de pessoas deixaram de ser atendidas, porque a única médica presente não conseguia dar conta da demanda.  Um funcionário foi encarregado de dispensar os pacientes sob esta argumentação, deixando muitas pessoas carentes, que dependem exclusivamente do sistema público de saúde, sem assistência.

Além disso, as condições de funcionamento do posto são as piores possíveis.  A infraestrutura é precária. Falta até acento no vaso sanitário, material de consumo e limpeza.   

O secretário municipal de saúde, Gilberto José, reconhece a deficiência do posto. Ele justifica, no entanto, que a unidade de saúde está em reforma e não foi fechada para não piorar a situação de atendimento da população. “O posto está funcionando de forma provisória até que seja finalizada a construção. Tínhamos duas opções, fechar ou funcionarmos de forma precária. Optamos pela segunda para não causarmos mais prejuízos à população”, justifica Gilberto José.
Sobre a ausência de médicos, o secretário foi informado pela direção da unidade de saúde que não havia falta e que haviam dois profissionais  no local: um clínico e um pediatra. A reportagem constatou, entretanto, que pela manhã só havia uma médica no plantão.  No início da tarde é que outra médica chegou.

Gilberto José ficou de apurar a denúncia de que os profissionais não estão cumprindo a escala de plantão e jornada de trabalho. Admitiu que os médicos cooperativados estão sem receber  os salários de janeiro e fevereiro.

O secretário Gilberto José responsabiliza a burocracia e o carnaval para justificar a falta de repasse para a cooperativa. “O de janeiro é em decorrência da burocracia, já que o processo tem que passar por diversos órgãos e nesse vaie vem, chegou o carnaval. O de fevereiro, só recebemos  após o carnaval, então não houve ainda tempo para processar”, explica.

Foto: Roberto Viana/Bocão News

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