Os avanços no tratamento de pacientes com deficiência auditiva estão entre os assuntos que irão pautar, nos próximos dias 24 e 25 , na sede das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), no Largo de Roma, as discussões do III Curso Internacional de Implante Coclear – procedimento conhecido como cirurgia do “ouvido biônico”.
O evento chama atenção para os resultados de um programa da instituição que vem possibilitando, de forma pioneira na Bahia, a realização dessas cirurgias pelo SUS. Segundo dados do IBGE, cerca de 5,7 milhões de pessoas no país são portadoras de alguma limitação auditiva.
Com dois anos de funcionamento, o Núcleo de Reabilitação Auditiva da Osid já realizou com sucesso mais de 50 operações de implante coclear nas mais variadas faixas etárias. A iniciativa vem garantindo a pacientes da Bahia e de outros estados uma melhor qualidade de vida, além de maiores chances de superação das limitações que a deficiência pode trazer.
Conhecido como ouvido biônico, o implante coclear caracteriza-se como um avançado dispositivo eletrônico, que estimula diretamente as fibras remanescentes do nervo auditivo. Tal estimulação permite a transmissão do sinal elétrico via nervo auditivo até a decodificação no córtex auditivo central.
O funcionamento do dispositivo difere do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Enquanto o AASI apenas amplifica o som, o implante fornece impulsos elétricos para estimulação das fibras neurais remanescentes em diferentes regiões da cóclea, possibilitando ao usuário a capacidade de perceber o som.
São considerados candidatos à cirurgia crianças pré-linguais a partir de 10 meses até a idade de 4 anos e 6 meses, além de adultos que apresentem deficiência sensorioneural bilateral de grau severo a profundo e que não obtiveram resultados satisfatórios com o Aparelho de Amplificação Sonora Individual.