Saúde

Sindicato acusa Sesab de dificultar contemplação de funcionários da saúde

Gilberto Jr / Bocão News
O órgão realizou uma manifestação no CAB na manhã desta quinta (21)  |   Bnews - Divulgação Gilberto Jr / Bocão News

Publicado em 21/08/2014, às 11h42   Tiago Di Araujo (twitter: @tiagodiaraujo)



O déficit de profissionais nas unidades de saúde do Estado dificulta a qualidade do atendimento e obriga os funcionários a trabalhar até 24 horas seguidas, sem terem a possibilidade de extensão da jornada de trabalho. É o que afirma e protesta o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado (Sindsaúde), que realizou uma manifestação na manhã desta quinta-feira (21), na frente da sede da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), localizada no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
De acordo com a presidente do sindicato, Inalba Fontenelle, existe a possibilidade dentro da lei dos profissionais trabalharem em uma carga horária maior, no entando que sejam remunerados por isso. "Diversos profissionais já solicitaram a extensão da carga horária e não foram contemplados porque a Sesab indica quem quer ao invés de quem realmente precisa por ter uma demanda de trabalho maior nas unidades de saúde que trabalham", contou.
É o caso da auxiliar de enfermagem Íris Cruz dos Santos do Hospital Juliano Moreira. A funcionária conta que já fez a solicitação que se arrasta a dois anos e cinco meses. "Desde 2012 que eu venho tentando a extensão e toda vez que vou à Sesab, dizem que ainda está em análise. Enquanto isso, pessoas estão sendo contempladas sem nem mesmo solicitar", explicou. 
Sem extensões da jornada, auxiliares e técnicos de enfermagem, enfermeiros, técnicos de laboratório e administrativos tentam atender a demanda de atendimento. Por isso, segundo o sindicato, os trabalhadores estão sem tirar férias, folgas e nem se quer têm o reembolso pelas horas extras trabalhadas.
Para Inalba, a principal causa dessa sobrecarga é a suspensão do contrato de empresas tereirizadas, como Obras Sociais Irmã Dulce e Fundação José Silveira, sem reposição dos profissionais. "Só a José Silveira ocupava 400 postos. Com a suspensão do contrato, esses postos ficaram vazios e quem arca com o trabalho dos que saíram são os funcionários atuais se sobrecarregando cada vez mais", alertou.
A presidente vê como melhor solução e mais rápida, a autorização da Sesab para a extensão da jornada desses profissionais. "Cada três extensões equivale a um terceirizado", explicou. Segundo Inalba, a Secretaria de Administração do Estado da Bahia (Saeb) já liberou os recursos para atender as solicitações de extensão e agora depende da Sesab. 
Além disso, o sindicato manifesta a insatisfação dos profissionais com as condições de trabalho dos hospitais, a exemplo do Hospital Geral Roberto Santos, que tem setores como  o centro obstétrico, internação, UTI, emergência, laboratório, dentre outros, em estado de urgência e também atrasa na extensão da jornada dos funcionários. "Outros hospitais como Juliano Moreira e Ernesto Simões também têm a mesma situação", finalizou Inalba.

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