Saúde

Hospital Espanhol: precisamos abrir essa caixa-preta, diz presidente do Sindimed

Imagem Hospital Espanhol: precisamos abrir essa caixa-preta, diz presidente do Sindimed
Sesab já anunciou o encerramento das atividades da unidade de saúde  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 11/09/2014, às 05h56   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Depois de várias tentativas de negociação, incluindo o empréstimo de R$ 120 milhões, tudo com o intuito de resolver a crise financeira enfrentada pelo Hospital Espanhol, em Salvador, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) anunciou o encerramento das atividades da unidade de saúde.
Nesta quarta-feira (10), em conversa com o apresentador Zé Eduardo, o presidente do presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed-BA), Francisco Magalhães, comentou como estava a situação na unidade de saúde.
“Os médicos levavam papel higiênico, compravam remédios para paciente internado, às vezes o almoço era arroz com ovo. A situação era a pior possível, e eu digo a você que o corpo clínico do Hospital Espanhol era formado por profissionais extremamente qualificados. Nossa preocupação é com um déficit de leitos na Bahia, de mais de 300 mil. Acabando o Hospital Espanhol, ficaria indisponível para a população 300 leitos, sendo desses, 75 é leito de UTI. É uma coisa muito ruim para sociedade”, afirma.
E continua: “precisamos verificar onde está o buraco. Tem que ter bastante transparência. Tem dinheiro público ali dentro. Precisamos saber para onde foi o dinheiro, o empréstimo feito pela Caixa Economia, pela Desenbahia. Não podemos aceitar o fechamento de 300 leitos. A população de Salvador não será vítima de gestores que não tem capacidade para administrar uma unidade de saúde”.
O presidente comentou também sobre o atraso de salários dos funcionários da unidade. “Tem médico que tem honorário para receber de mais de R$ 1 milhão. Tem médico que já pediu demissão indireta, protegendo o seu direito. Nós temos hoje 2800 empregos diretos ali, que poderão deixar de existir. Uma situação muito complexa. A nossa visão é que a gente precisa discutir essa crise para ver qual é a saída. Os órgãos públicos têm que encontrar a saída”, dispara.
Francisco Magalhães finalizou dizendo que é preciso identificar os autores da má gestão. “Precisamos ver como foi gerido esse dinheiro. Quando começou a crise, dizia que R$ 40 milhões resolveria a situação. Eu penso que tem alguma coisa que precisa ser investigada e ver onde está a dificuldade desse hospital. Tem que investigar. Precisamos abrir essa caixa preta e ver onde estão os erros. Descobrir para onde foi esse dinheiro”.

Publicada no dia 10 de setembro de 2014, ás 10h16

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