Saúde

Crise do Espanhol: diretoria aponta culpado e entrega dossiê ao MP

Imagem  Crise do Espanhol: diretoria aponta culpado e entrega dossiê ao MP
Reunião entre representantes do hospital, do Estado e Sindimed tenta salvar instituição  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 11/09/2014, às 06h28   Caroline Gois (Twitter: @goiscarol)



O Hospital Espanhol está de portas fechadas. Diante de uma dívida de R$ 200 milhões, sem faturamento, sem comida, sem material e com pouco mais de 62 pacientes nas últimas duas semanas, uma das maiores instituições de Saúde do país, com mais de mil leitos, atingiu o ápice da crise na tarde de terça-feira (9).

De uma lado, representantes do Governo dizem estar buscando soluções para o caos instalado. Do outro, conselheiros tentam explicar de quem foi o erro na gestão que levou a uma dívida, só coma Coelba, de mais de um milhão e meio de reais.

Na tarde desta quarta-feira (10), uma reunião entre o Sindicato dos Médicos (Sindmed), representantes do Hospital e do Governo tenta salvar a instituição. Na sede do Ministério Público da Bahia (MP), no CAB, os ânimos já são de acusações e de quem é a culpa pela maior crise na saúde pública já vista no Estado.

A reportagem do Bocão News teve acesso, com exclusividade, as conversas que deixam o clima tenso no local, cuja caixa-preta do Espanhol está sendo aberta. No local, um dos diretores da instituição apontou o superintendente de Gestão do Sistema de Regulamentação da Atenção à Saúde da Sesab, Andrés Castro Alonso Filho, como responsável por toda crise. "Foi um pecado a entrega do poder da gestão. Andres tem total culpa pela situação na qual o hospital se encontra. Foi entregue a ele total autonomia para a negociação com forncedores e funcionários", afirmou.

No fim de agosto, Andres foi colocado como sendo também representante da Desenbahia e levou uma proposta aos conselheiros. No úlitmo dia 28,
por cerca de duas horas, 21 dos 40 conselheiros, além de dois representantes do Estado dicustiram a situação do hospital. Após votação definida por 11 votos a 10, ficou determinado a inclusão no contrato junto com a Desenbahia um aditivo que garante a amortização da dívida do hospital com a estatal, contraída desde o início da crise, em 2012. Com carência de seis meses para quitação da dívda e devendo quatro, o Espanhol tem dois meses para pagar um valor que ultrapassa os R$ 100 milhões.




Por conta disso, segundo fonte do Bocão News, o representante do Governo e da Desenbahia, o superintendente de Gestão do Sistema de Regulamentação da Atenção à Saúde da Sesab, Andrés Castro Alonso Filho, levou a proposta aos conselheiros. A maioria acatou ao aditivo que tem como termo principal garantir todos os prédios do Espanhol à Desenbahia, que engloba 11 blocos de A a O. Ainda conforme a fonte, os 11 conselheiros que acataram à proposta o fizeram temerosos diante da contraproposta do governo, que seria o fechamento imediato do hospital.

Hoje, de acordo com fontes do Bocão News, Andres foi convidado, mas não compareceu à reunião. A reportagem já tenta contato com ele, porém ainda sem êxito. Estão no encontro ainda representantes da Fundação José Silveira, da Caixa Econômica Federal, Secretaria Municipal de Saúde, o presidente do DEM de Salvador, Heraldo Rocha e o promotor Rogério Queiroz.


Publicada no dia 10 de setembro de 2014, ás 16h20

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