A equipe de reportagem do Bocão News entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) para maiores esclarecimentos. Através de nota, a assessoria de imprensa do órgão informou que lamenta o ocorrido e responsabiliza a UPA sobre a não-prestação devida de atendimento ao paciente.
"Sobre Humberto da Silva Santana, atendido no dia 30 de setembro na UPA San Martin, que morreu no dia 6 de outubro, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) lamenta o ocorrido, mas discorda dessa associação direta da morte do paciente à falta de leitos, pois estas unidades de saúde devem ter totais condições de manter o paciente estabilizado até encontrar vaga em um hospital que atenda o seu perfil clínico. A UPA de San Martin é administrada pelo município, que é gestão plena, e também tem autonomia para contratar leitos".
Sendo assim, o Bocão News também entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS), que rebateu qualquer responsabilidade da UPA sobre o paciente citado. De acordo com a assessoria de imprensa é de ciência de todos os profissionais de saúde que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) não tem as mesmas condições de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e por isso o tempo máximo de um paciente no local não pode ultrapassar as 48 horas. Em relação ao caso em específico, o órgão lamentou e relatou que o paciente Humberto já estava há muitos dias na unidade que não teve como prestar os devidos e necessários atendimentos.
Já a diretora de atenção à saúde, Luciana Peixoto, explicou os procedimentos realizados com o paciente e ressaltou que o mesmo precisava de um tratamento oncológico. "Temos tudo documentado. O paciente deu entrada na unidade da San Martin no dia 30 de setembro, às 20:44. No dia seguinte, por se tratar de um quadro hospitalar, já solicitamos no CER/BA a transferência para um hospital. No dia 2 de outubro, o quadro de saúde do senhor Humberto se agravou e aí passamos a fazer duas solicitações por dia, uma pela manhã e outra pela noite, e dessa vez para leito de UTI, o que totalizou 10 solicitações durante os seis dias que o paciente esteve na UPA", relatou.
Luciana ainda ressaltou que a UPA de San Martin, administrada pelo Instituto Cardiológico da Bahia escolhido após licitação municipal, segue os padrões de saúde de todas as unidades do porte e que todos os procedimentos possíveis para manter a vida do paciente foram realizados, dentro das limitações da unidade.
Publicada no dia 7 de setembro de 2014, ás 14h17