Saúde

BNews Summer: pegou virose no Carnaval? Saiba como se proteger para a próxima folia e diferenciar da Covid-19

Dinaldo Silva // BNews
Foliões apresentaram sintomas de gripe após o Carnaval  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva // BNews
Sanny Santana

por Sanny Santana

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Publicado em 28/02/2023, às 12h00 - Atualizado às 16h36


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Junto com toda a diversão do Carnaval, veio também o 'perrengue': a insistente virose que surge sempre após a festança tomar conta da cidade. Grande parte da população que curtiu a festa momesca acabou sofrendo com sintomas de gripe e resfriado.

Para entender um pouco mais sobre a virose que sempre atinge os foliões, o BNews conversou com os infectologistas Robson Reis e Adriano Oliveira, que explicaram um pouco mais sobre as doenças, como elas são transmitidas, como diferenciar da Covid-19 e qual a melhor forma de se proteger.


Segundo os médicos, as manifestações da virose adquirida no Carnaval são semelhantes à gripe e ao resfriado: espirros, dor de cabeça, febre, coriza, congestão nasal, dor de garganta e tosse, que pode ser persistente mesmo depois de um quadro de melhora da doença. É a chamada virose respiratória.

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"A transmissão ocorre através de saliva, de uma pessoa diretamente para outra, ao falar, tossir, espirrar, beijar, compartilhar uma lata de cerveja, refrigerante", explica Robson Reis, que chama atenção também para outros tipos de doenças, como as viroses intestinais.

"[As viroses intestinais] podem ser transmitidas de pessoa a pessoa ou através de alimentos e água contaminada (...) a aglomeração de pessoas acaba influenciando, assim como a alimentação fora de casa sem os devidos cuidados", esclarece, acrescentando que influenciam a forma como os alimentos são preparados, guardado ou dispensados para o cliente. A má qualidade do alimento ou da bebida pode causar infecções intestinais por bactéria ao folião.

A Mononucleose, famosa 'doença do beijo', também é um ponto a ser levado em consideração. "Vale a pena chamar atenção da popularmente conhecida doença do beijo, que não necessariamente é transmitida somente através do beijo, mas leva esse nome porque a forma de contágio mais comum é essa", destacou o médico. A famosa 'doença do beijo' é passada através da saliva e, segundo o médico, acomete principalmente os adolescentes durante o Carnaval.

Mas por que tantos casos no Carnaval?


Questionado do porquê existem tantos quadros virais durante o Carnaval, o Adriano Oliveira explica que a aglomeração costuma causar surtos da doença. 

"Os vírus respiratórios circulam normalmente entre a gente, mas eles causam surtos, picos epidêmicos em momentos de aglomeração, a gente aprendeu com a pandemia da Covid-19 que o segredo para evitar a disseminação de vírus é evitar as aglomerações e sempre o Carnaval tem aglomeração de milhões de pessoas em contato muito próximo, isso favorece a disseminação dos vírus respiratórios", explicou Oliveira.

Para o infectologista Robson Reis, outro fator é a chegada de pessoas do mundo inteiro para a capital baiana. Apesar de o Carnaval de Salvador acontecer no verão, países do Hemisfério Norte estão no inverno e muita gente de lá acaba trazendo doenças respiratórias. "Essas pessoas, então, vão compartilhando bebidas, alimentos e ficando uma próxima da outra", explica.

Como saber se estou com virose ou Covid-19?

Reis declara ser difícil diferenciar as doenças, afinal, a Covid-19 também é uma virose e possui praticamente os mesmos sintomas da gripe ou resfriado. 

"Na suspeita, é necessário a realização de exames para afastar a Covid-19. Hoje podemos usar o teste do antígeno, que tem custo mais acessível e tem resultado praticamente imediato, pode fazer em laboratório ou pode fazer o autoteste", esclarece.

Tem como se proteger da virose?

Para se proteger da virose ou de uma forma mais agressiva da doença, o Reis afirma ser importante lembrar que o Carnaval é como uma 'maratona'. 

"As pessoas ficam horas atrás de trios, fanfarras, blocos, e isso exige preparação, então é bom que as pessoas possam se preparar através de hábitos saudáveis, atividade física, alimentação, hidratação e, principalmente, que possam ter cuidado maior com dieta, sono, que não compartilhem alimentos, bebidas, objetos de uso pessoal (...) e lembrar que no beijo podem ser transmitido uma série de doenças. Importante também chamar a atenção para o uso de preservativos", esclarece o infectologista.

Como tratar a virose?

Para tratar a virose, Adriano Oliveira afirma não haver segredo. O uso de analgésicos e antitérmicos é necessário, e o repouso e a hidratação são de suma importância. Em caso de tosse persistente, utilizar antitussígenos e medicações broncodilatadoras, tipicamente usada para asmas, além de bombinhas e nebulizações. É importante lembrar, ainda, que os remédios devem ser usados apenas com indicação médica.

Classificação Indicativa: Livre

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