Coronavírus

Covid-19: Na Bahia, pesquisadores desenvolvem EPI de proteção facial para profissionais de saúde

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O material, que não substitui as máscaras respiratória, tem o objetivo de reduzir os riscos de exposição dos profissionais de saúde que estão trabalhando no combate ao coronavírus   |   Bnews - Divulgação Ilustração

Publicado em 25/03/2020, às 15h58   Redação BNews


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A ciência está a serviço da saúde pública e coletiva na luta contra a pandemia do coronavírus. Exemplo disso é o projeto colaborativo Face Shield for Life 3D - que reúne pesquisadores, professores, alunos de escolas da rede pública e voluntários – que está produzindo em larga escala Equipamentos de Proteção Individual (EPI) de proteção facial. O material, que não substitui as máscaras respiratória, serve como complemento e tem o objetivo de reduzir os riscos de exposição dos profissionais de saúde que estão trabalhando no combate ao Covid-19 e, aumentando assim a capacidade de atendimento dos profissionais na rede pública. 

Em conversa com o BNews, o professor e pesquisador Leandro Brito, da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), disse que o projeto foi iniciado no último sábado (21), com o propósito de fabricar nas impressoras 3D, EPIs de proteção facial. “São duas peças de plástico, fabricados em impressora 3D. Tem uma lâmina de acetato e uma borracha de fixação na cabeça, e o nosso objetivo foi para atender o Hospital Couto Maia com 200 unidades e estava estimado em R$ 10 mil”.

Atualmente são 45 maker’s (voluntários donos de impressoras) e 93 3D printer’s trabalhando na fabricação dos EPIs. Eles estão espalhados por Salvador, Ilhéus, Jequié, Vitória da Conquista e Bom Jesus da Lapa. Professores e voluntários da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (BAHIANA), Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), Centro Juvenil de Ciência e Cultura (CJCC) e da empresa ALGETEC – Soluções em Engenharia e Saúde estão juntos nesta iniciativa.

Brito explica que uma vakinha online foi feita e em 12 horas a meta tinha sido batida. “Aí explodiu, gente do Brasil inteiro me ligou e o número só cresce. Tomamos a seguinte decisão: todo o valor e mão de obra continua até o consumo total de recurso. Vamos encaminhar esse EPIs para a Sesab (Secretaria de Saúde do Estado da Bahia), temos uma coleta programada ao final da manhã. A Sesab organiza uma estrutura para coletar de todos os makr’s o que foi fabricado e aí direciona para um local onde é feita a higienização [realizada pela Escola Bahiana de Medicina], montagem, embalagem e assim a Sesab direciona”, explica o pesquisador. A meta atual da vakinha é de R$ 50 mil. 

A fabricação é feita de forma descentralizada, obedecendo a determinação de quarentena. Cada voluntário segue as especificações que são disponibilizadas no site do projeto e fabricam os EPIs de suas próprias casas. De acordo com Brito, a previsão é produzir quatro mil peças em quatro semanas.

A infectologista e pediatra Isabele Medeiros de Lucena destaca a praticidade do equipamento. “Essa máscara é excelente porque pode ser lavada com água e sabão e higienizada com álcool 70%, reduzindo os riscos de contaminação da N-95”, explica. 

A médica infectologista, professora e coordenadora do curso de Medicina da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Ana Verônica Mascarenhas, ressalta que esses EPIs devem ser utilizados quando houver risco de exposição do profissional de saúde: “O protetor facial tem uma grande vantagem em relação aos óculos. Usados sobre os óculos e máscaras cirúrgicas ou máscaras de proteção respiratória, o protetor facial é uma barreira de proteção e permite o maior tempo de uso das máscaras, reduzindo o consumo delas, diminuindo o consumo que já é um problema mundial durante a pandemia”.

O projeto Face Shield for Life 3D é uma personalização do Prusa Protective Face Shield e, no Brasil, reúne professores, pesquisadores e voluntários da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (BAHIANA), a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), a ONG Instituo PEPO, o Mini Maker Lab, o Centro Juvenil de Ciência e Cultura, o projeto Coruja Lab – CMBJL e a empresa ALGETEC – Soluções em Engenharia e Saúde.  “Outra frente de trabalho é a produção de ventiladores mecânicos para pacientes contaminados. Esse projeto também está em andamento”, anunciou Leandro Brito, doutor em modelagem computacional e tecnologia industrial.

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