Saúde

Dia Internacional da Síndrome de Down: Campanha incentiva maior independência individual; veja vídeo

Arquivo/Agência Brasil
Alguns dados chamam atenção para a realidade em que uma primeira geração de pais idosos cuidam de filhos adultos com Síndrome de Down  |   Bnews - Divulgação Arquivo/Agência Brasil

Publicado em 21/03/2023, às 09h46   Cadastrado por Pedro Moraes


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Todo dia 21 de março costuma ser especial, sobretudo, pela comemoração do Dia Internacional da Síndrome de Down. Considerados seres humanos incríveis, as pessoas com essa condição genética causada pela presença de três cromossomos 21 nas células dos indivíduos pedem cada vez mais passagem para uma liberdade mais ampla.

É o que pode ser visto, por exemplo, em uma campanha publicada no perfil “Movimento Down”, no Instagram. Através do vídeo, alguns indivíduos, entre homens e mulheres, aparecem fazendo várias atividades que evidenciam a busca pela igualdade cotidiana, distanciando qualquer tipo de preconceito estabelecido pela sociedade.

“Eu posso escolher vestir azul ou preferir verde. Posso escolher o meu time ou nem gostar de futebol. Posso escolher a arte que amo e trabalhar no que gosto. Nas minhas escolhas, quero seu apoio, mas deixa que eu decido, tá?”, cita a mensagem. 

A parceria envolve a Apae Salvador e o Ser Down, a qual tem a proposta de desvincular a visão de caridade que a sociedade, geralmente, apresenta das pessoas com síndrome de down.

Assista:

Diagnóstico durante gestação

Cerca de 1 em cada 700 recém-nascidos, no Brasil, recebe o diagnóstico da síndrome de Down. Na concepção da médica geneticista e especialista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Rosenelle Araújo, esta condição pode ser notada ainda durante a gestação.

“Entre a 11ª e Da 14ª semana, por meio do ultrassom morfológico fetal do primeiro trimestre, avaliamos alguns parâmetros, como a translucência nucal, que é um acúmulo de líquido na região da nuca e que ocorre com maior frequência em bebês com alterações cromossômicas, assim como ausência do osso nasal, que é outro marcador. Outro exame que também pode auxiliar na identificação da condição é o teste pré-natal não invasivo, em que é analisado o DNA fetal a partir de uma amostra de sangue materno. Entretanto, a confirmação só se dá por exame realizado a partir de biópsia de vilo corial, que são células formadas na placenta que ajudam na troca de nutrientes entre mãe e feto, ou pela amniocentese, que é um procedimento de coleta do líquido amniótico para estudo dos cromossomos”, detalha.

Para comprovar o diagnóstico clínico da condição, é possível analisar por meio do exame do cariótipo (estudo dos cromossomos), realizado após o nascimento. 

“Essa análise também tem potencial de ajudar a determinar o risco de recorrência da alteração em outros filhos do casal. A maioria dos casos será por uma trissomia livre (isto é, um cromossomo 21 que não está atrelado a outros cromossomos), mas em cerca de 4% dos casos, temos o que chamamos de translocação, que pode inclusive ser herdada dos pais e interferir no risco de recorrência”, específica a especialista.

Todavia, é fundamental que esse diagnóstico aconteça ainda durante o pré-natal. 

“O diagnóstico precoce da síndrome de Down permite orientar a investigação de possíveis alterações clínicas associadas e adoção de medidas terapêuticas adequadas, considerando, por exemplo, o risco aumentado de anomalias congênitas, passíveis de correção por intervenções cirúrgicas precoces. Além disso, ao descobrir a trissomia durante a gestação, a família poderá se organizar para coordenar os estímulos e terapias necessários após o nascimento para manejar possíveis complicações associadas e também assegurar que a criança alcance todo seu potencial”, finaliza a médica geneticista do Sabin.

Classificação Indicativa: Livre

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