Saúde

Prisão de ventre e gravidez: Especialista explica porque as mulheres grávidas sofrem de constipação

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Pelo menos 40% das mulheres grávidas são atingidas pela prisão de ventre ou constipação  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 07/11/2022, às 09h59   Cadastrado por Pedro Moraes



Você já teve dificuldade para conseguir fazer o número dois ao ir ao banheiro? Esse aspecto pode representar um aspecto de prisão de ventre, também chamado de constipação, que se caracteriza pela complexidade persistente em evacuar. Entre os públicos específicos atingidos estão as mulheres grávidas. Cerca de 40% delas sofrem desse distúrbio

No decorrer do período de gestação, essa disfunção intestinal é o segundo sintoma gastrointestinal com maior frequência. De acordo com a médica proctologista Glícia Abreu, esse público apresenta uma condição que altera questões fisiológicas e provoca o retardamento do percurso intestinal. 

“Trata-se de uma condição multifatorial, ocorrendo devido a alterações fisiológicas, anatômicas, uso de medicações e dieta. A progesterona, hormônio que se encontra elevado na gravidez, parece ter efeito sobre a motilidade intestinal, diminuindo-a e retardando o trânsito intestinal”, explica. 

Ainda assim, o quadro de constipação pode surgir devido ao uso de alguns medicamentos ingeridos na gravidez. Ainda conforme a especialista, algumas medicações, como o suplemento de ferro, têm efeito sobre o intestino.

“Além disso, a alteração na dieta causada pelas náuseas e pelos vômitos, redução da atividade física, a compressão do útero gravídico sobre o reto e ocorrência de incoordenação do assoalho pélvico são fatores que, possivelmente, contribuem para que a prisão de ventre ocorre nas mulheres grávidas”, acrescenta Glícia. 

Como é feito o diagnóstico?

Um dos principais fatores para se obter o diagnóstico dessa condição na gravidez é a consulta clínica, conforme os critérios de Roma IV, que abrange seis sinais e sintomas. Glícia explica que o diagnóstico é confirmado com pelo menos dois critérios positivos.

“Esses critérios incluem a observância das condições das fezes, do esforço para a defecar e da sensação de evacuação incompleta, se precisa realizar manobras manuais para defecar, isso em mais de 25% das evacuações por dia”.

De modo geral, a realização de exames é restrita para os quadros de prisão de ventre que continuam após o parto. Como tratamento visando a melhoria da constipação ou prisão de ventre em mulheres grávidas, existe a dieta e o uso criterioso de laxantes. 

“A ingestão de frutas e verduras, bem como a suplementação com fibras e adequada ingestão de líquidos é a recomendação inicial mais adequada. O uso de laxantes pode ser necessário naquelas mulheres que não melhoram com essa recomendação inicial, mas, devido à falta de estudos que comprovem os riscos e benefícios das várias medicações existentes, é necessária uma avaliação médica criteriosa para o seu uso”, finaliza a médica proctologista.

Classificação Indicativa: Livre

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