Salvador

Enfermeiros de hospitais filantrópicos sofrem com redução salarial de 30% em Salvador

Roberto Viana/BNews
SINDIFIBA afirma que corte foi realizado somente no adicional noturno como prevê lei trabalhista  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana/BNews

Publicado em 10/06/2021, às 19h49   Redação BNews


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O Sindicato dos Enfermeiros do Estado da Bahia (Seeb) realizou um protesto, nesta quinta-feira (10), para reivindicar, segundo a presidente da Entidade, Alessandra Gadelha, contra a redução salarial de 30% desses profissionais da saúde nos hospitais filantrópicos de Salvador. 

Segundo a presidente do sindicato, a redução salarial foi feita de forma unilateral e arbitrária de 30% do adicional noturno de 50% dos enfermeiros de hospitais filantrópicos da capital.

“Essa atitude é de uma tamanha estranheza, visto que somos encarados como protagonistas no combate à pandemia da Covid-19. A sociedade nos chamando de heróis, nos agraciando como anjos e, por outro lado, os empregadores realizam esses cortes nos nossos salários”, declara Alessandra ao BNews

O sindicato já tem uma mediação marcada no Ministério Público do Trabalho (MPT) e também já está movendo uma ação na Justiça Trabalhista para rever a redução salarial dos enfermeiros de Salvador. 

Alessandra informou que a redução salarial não foi informada aos profissionais e que eles tomaram um susto ao ver cerca de menos de R$ 500 em suas contas bancárias: “Já foi veiculado que eles (hospitais filantrópicos) fizeram um acordo com o sindicato, mas isso é mentira. Em momento algum o sindicato faria um acordo para prejudicar um trabalhador".

Segundo a Art. 73., da lei trabalhista, “salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior ao diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 %, pelo menos, sobre a hora diurna”. Apesar disso, a presidente da entidade explica que eles já tinham feito uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com o Sindicato das Santas Casas e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia (SINDIFIBA) para ganhar 50%. “Esse acordo tem força de lei”, afirmou Alessandra. 

O representante do SINDIFIBA, Jorge Castro, explica, no entanto, que o Sindicato dos Enfermeiros da Bahia (Seeb) tinha uma convenção coletiva com prazo de expiração para 30 de abril de 2019. Depois que a CCT foi encerrada, as duas entidades firmaram um dissídio coletivo para solucionar o conflito. 

Depois que o dissídio coletivo foi encerrado, Castro afirma que procurou o Seeb para realizar um novo acordo e reduzir o adicional noturno de 50% para um valor menor, não necessariamente de 20%, mas que o sindicato não aceitou e, como não houve acordo de renovação, o adicional foi cortado em 30%. 

“Está muito difícil, os hospitais passam por uma crise financeira. O sindicato não quis negociar e não renovou o acordo, nós não podemos fazer mais nada. Eles perderam o prazo e nós vamos cumprir a lei pagando os 20% de adicional noturno para os profissionais”, declarou. 

Classificação Indicativa: Livre

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