Entenda o que é compliance e como a Rede Globo se posiciona sobre casos de assédio

Compliance, termo que vem do verbo inglês "to comply", é quando a empresa age de acordo com suas regras e instruções. Quando uma empresa está de acordo com sua lei interna, ela está em compliance. 

Um exemplo prático do que seria compliance é o modo como a Rede Globo, normalmente, não se posiciona perante casos de assédio moral e sexual dentro da emissora, já que a empresa não comenta publicamente as decisões envolvendo funcionários denunciados. Segundo o portal Universa, todos os casos correm em sigilo.

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O caso de maior repercussão foi o da humorista Dani Calabresa, que, internamente, fez a primeira denúncia de assédio contra Marcus Melhem. O evento gerou uma repercussão sobre a atuação do departamento de compliance da emissora.

Carolina Bueno, diretora de riscos e compliance da emissora, em uma entrevista exclusiva ao portal Universa, relatou as diferenças do setor de compliance da Globo com as de outras instituições privadas. 

“Essa ligação que a gente tem com a sociedade traz uma responsabilidade ainda maior para a área de compliance, porque essas questões têm um interesse público diferente (...) A responsabilidade do compliance com a isenção, a independência, a preocupação com a privacidade dessas pessoas é ainda maior”. 

De acordo com reportagem da revista "piauí", a Comissão de Ética (da qual o compliance faz parte) e a gestão da empresa decidiram que o contrato de Melhem deveria ser encerrado. A versão que veio a público foi de um "encerramento de parceria em comum acordo". Já nas denúncias sobre o diretor Vinicius Coimbra, que foi acusado de racismo pelo elenco da novela,  a Globo se posicionou contra o preconceito racial e desligou o diretor por assédio moral. 

“O código de ética é o grande balizador dessa atuação, e não cede às pressões públicas. Não é um trabalho que pode ser feito para necessariamente agradar as pessoas. É preciso critérios corporativos muito claros", reiterou Carolina.

O compliance não tem os mesmos poderes que a polícia ou a Justiça, já que as apurações respeitam limites corporativos, e o máximo que pode ser feito é a dispensa do funcionário. A área, dentro da Rede Globo, existe desde 2015.

Segundo a entrevista de Carolina ao portal Universa, as denúncias podem ser feitas de maneira anônima ou identificada, e os relatos, entre 60% e 70%, são anônimos. Ainda segundo as falas da diretora, combater o assédio sexual está entre as prioridades do compliance da Globo e que é importante estimular que as pessoas tragam os relatos, para gerar um ambiente de confiança.