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Terra de ninguém: show do Harmonia leva o caos, lixo e baderna à Paralela

Imagem Terra de ninguém: show do Harmonia leva o caos, lixo e baderna à Paralela
Evento que ocorreu na segunda-feira (29) travou uma das principais avenidas da capital baiana  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 31/07/2013, às 06h45   Caroline Gois (@goiscarol)


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Salvador tem lei? Tem regras? Quem paga o preço? Estes foram os quetionamentos feitos por boa parte da população que mora na capital baiana e precisou enfrentar, na noite de segunda-feira (29) e, na manhã desta terça (30), mas um trânsito caótico e sem ordem em uma das principais avenidas da cidade - que estava voltada para o caos. Desta vez, o horário de rush foi somado a um show realizado no desativado parque aquático Wet'n Wild usado para a realização de eventos em Salvador, na Paralela.

A gravação dos 20 anos do DVD da banda Harmonia do Samba virou o algoz dos baianos que passaram pela via e presenciaram carros no canteiro central, congestionamento de horas, ambulantes espalhados no entorno do parque dificultando a passagem dos veículos e gente, muita gente. 
Diante do cenário de desordem e bagunça, a reportagem do Bocão News decidiu procurar os responsáveis públicos e a produção do evento para descobrir quem é o responsável por firmar a terra do axé como a terra de ninguém. Na manhã de hoje, a Secretaria de Manuntenção e Obras Públicas (Semop), a Superintendência de Trânsito e Transportes de Salvador (Transalvador) e a Superintendência de Uso e Ordenamento do Solo (Sucom), além da produção do evento, foram procurados.
Diante dos questionamentos levantados pela reportagem, a Semop afirma que "não tem responsabilidade sobre os ambulantes que trabalharam neste evento já que, a produção do mesmo não solicitou a fiscalização do órgão". Com isso, nada de fiscal, nada de Semop e ambulantes sem autorização se instalaram a 'torto e à direita" na região onde fora realizado o show - seja na porta do Wet ou mesmo na beira da pista.
Já a Sucom, através de um documento enviado, com exclusvidade, ao site Bocão News, comprova que a produção do evento emitiu ofício com pedido de liberação de alvará para um evento, cujo público seria para 10 mil pessoas e o horário de término da festa seria 23h. "Foi um evento, sem dúvida, problemático", afirmou o secretário da pasta, Silvio Pinheiro.
Já em conversa com a Transalvador, o órgão, em nota, esclarece que "a respeito do incidente ocorrido na Av. Luiz Viana Filho, Paralela, na madrugada desta terça-feira (30), em razão do show realizado no Parque Aquático Wet'n Wild, a Transalvador informa que licenciou o evento com base nas estimativas informadas pela empresa Bloco Carnavalesco Meu e Seu, em processo com data de início no dia 16/07.
No formulário de solicitação da licença, consta público estimado em cinco mil pessoas, a ser realizado entre 20 horas e 23 horas do dia 29 de julho, o que gerou à organização do evento o pagamento de taxa de preço público, no dia 17/07, de R$1.942,51. 
Baseada nestas informações e com a antecedência que exige este tipo de ação, a Transalvador pôs à disposição quatro 
viaturas e um efetivo de 12 agentes, sendo a princípio mais que suficiente para atender à demanda. Porém o público que compareceu ao evento foi cerca de seis vezes maior que o informado, número muito além da expectativa gerada pelo documento de solicitação de licenciamento, o que frustrou todo o planejamento da Transalvador. 
Como a empresa Bloco Carnavalesco Meu e Seu informou estimativas de público e horário muito aquém dos constatados no evento, a Transalvador e demais envolvidos no processo de licenciamento estudam as sanções que a organizadora do evento sofrerá".
Em conversa com o site Bocão News, o superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, ressaltou que não há como contra argumentar com a produção do evento sobre qual será o público ou o horário do término, já que isto é uma informação que faz parte da organização e responsabilidade dos organizadores da festa. "Você prepara sua operação de acordo com a demanda que lhe é apresentada, com base nas informações que são passadas ao órgão. Sem dúvida, a produção do evento merece uma punição por não passar as informações corretas", afirmou.

A reportagem do Bocão News já entrou em contato com a assessoria de imprensa da festa e aguarda uma resposta sobre os questionamentos e documentos apresentados acima.
Entre as autorizações concedidas, as não liberadas e as informações truncadas, a cada evento deste porte a cidade paga o preço daqueles que fazem festa de 5 mil para 40 mil, com término previsto para às 23h mas que adentra a madrugada e que passam 'despercebidos' pela prefeitura da terra que, no fim das contas - tem dono.

Publicada no dia 30 de julho de 2013, às 13h23

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