Ciência

Cortes do governo federal em ciência e tecnologia ameaçam monitoramento da Amazônia

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Medida atrapalha lançamento de satélite construído no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 27/11/2017, às 22h40   Redação BNews



Os cortes feitos pelo governo federal no orçamento de setores de ciência e tecnologia, dentre eles o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), já comprometem o desenvolvimento nacional de satélites que ajudam no monitoramento da Amazônia e no traço das “previsões numéricas” do tempo - base de toda a meteorologia no Brasil.

Ainda em fase de elaboração na sede do Inpe, o novo Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, o CBERS 4ª, não tem data certa para lançamento. A previsão inicial era dezembro de 2018, mas já adiada para meados de 2019.

O orçamento aprovado para o projeto este ano foi de R$ 70 milhões, mas o Inpe recebeu somente R$ 31,5 milhões. O trabalho do CBERS é feito em parceria com engenheiros da China e o custo do lançamento é de US$ 15 milhões para cada país (cerca de R$ 50 milhões, pela cotação do dólar).

De acordo com o diretor do instituto, Ricardo Galvão, o orçamento do Inpe foi reduzido a quase 70% nos últimos sete anos, caindo de R$ 326 milhões, em 2010, para R$ 108 milhões, em 2017. A informação foi apurada pelo jornal Estadão, considerando valores corrigidos pela inflação. Em dez anos, o quadro de funcionários também encolheu quase 25%.

O arrocho deve continuar em 2018, ano em que o governo federal deve cortar 39% do orçamento de todos os institutos e autarquias ligadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, incluindo o Inpe e a Agência Espacial Brasileira.

Outro projeto ameaçado pelo aperto fiscal é o do Amazonia 1, primeiro satélite de observação da Terra 100% brasileiro, que está em construção no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Inpe.

A meta é ter o satélite pronto em janeiro de 2019, mas contratos e licitações que precisam ser feitos com antecedência estão caindo em atraso. Dos R$ 58 milhões previstos no orçamento deste ano, o projeto recebeu só R$ 15 milhões.

Com informações de Estadão

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