BNews Turismo

Gregos se unem em movimento contra privatização de praias, apelidado de 'Revolta das Toalhas'; entenda

Divulgação / Pixabay
Cafés, bares e hotéis monopolizam a areia com espreguiçadeiras  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Pixabay

Publicado em 12/08/2023, às 11h20   Téo Mazzoni


FacebookTwitterWhatsApp

Após duas semanas de intenso calor e uma série de incêndios florestais que afetaram especialmente a Grécia, as manchetes agora são dominadas por um movimento social que reivindica o direito ao acesso às praias, uma garantia constitucional, e que ficou conhecido como a "revolta das toalhas" pela mídia grega.

No auge do verão, as praias gregas se dividem entre as áreas ocupadas por toalhas e as destinadas a cadeiras e espreguiçadeiras. Em várias praias, a expansão dos espaços ocupados por cafés, bares e hotéis se tornou tão ampla que praticamente privatizou trechos de areia. Isso vem acompanhado de preços excessivamente altos para aqueles que desejam apenas desfrutar de um mergulho.

O movimento tem como objetivo fazer valer a lei grega e garantir o acesso livre ao mar, mesmo nas regiões altamente turísticas. A iniciativa teve início quando centenas de pessoas se reuniram na ilha de Paros, no arquipélago das Cíclades, exigindo espaço para estender suas toalhas de praia. Conforme relatos do site Greek Reporter, alguns dias depois, os resultados começaram a surgir: metade da praia foi destinada àqueles que não desejavam pagar por espreguiçadeiras.

Clique aqui e se inscreva no canal do BNews no Youtube!

O grupo, que se auto-intitulou Movimento de Cidadãos de Paros para Praias Livres, diz estar “unido na preocupação pela diminuição do espaço público e pelo afastamento dos cidadãos das praias do nosso país”. Segundo o site Macropolis, os bares de praia ocupam um total de 18.800 metros quadrados de praia, muito mais do que os 7.186m² licenciados pelas autoridades locais.

O movimento não se restringiu apenas a Paros, uma vez que grupos semelhantes surgiram em outras praias, portando toalhas e cartazes. Essa ação já se estendeu para Chania, na ilha de Creta, além de Naxos, Mykonos e Santorini, e ainda avançou para o norte, alcançando a região de Chalkidiki.

Conforme a legislação grega, a concepção do espaço não inclui a possibilidade de praias privadas, já que a Constituição estipula que as faixas de terra próximas ao mar são patrimônio estatal, com acesso assegurado ao público. Embora as autoridades locais possam permitir que cafés ou bares à beira-mar explorem determinadas partes da praia, nunca é permitido que isso abranja a totalidade da área, e o acesso deve permanecer sempre acessível ao público em geral, sem quaisquer encargos.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp